Neste artigo, analisamos algumas das peculiaridades da leitura que Agamben faz de Nietzsche, isto é, o uso que faz das ideias do pensador alemão para constituir a sua própria filosofia política. Assim, refletimos acerca do tensionamento e da polifonia entre a vontade de potência em sua configuração fisiopsicológica, e a grande política a partir da transvaloração dos valores. Indicamos essa tensão e polifonia tendo em vista o outro tipo de potência ao qual Agamben se inscreve, a aristotélica, para pensarmos sobre (...) as aberturas políticas que se descortinam a partir da crítica nietzschiana à política e à democracia liberal. Convém atentar ao argumento de Piazzesi de que a vontade de potência sintetiza os âmbitos mecanicista e valorativo que, em relação agonística, explicam a vontade de potência. O projeto Homo sacer começa e termina com uma crítica à biopolítica que Agamben compreende como sendo aquela nietzschiana. Esse é um tensionamento entre a concretização da transvaloração dos valores como possibilidade de superar o niilismo e criar o lastro para a grande política, pois insere no campo da fisiologia uma questão política, do paradigma da autonomia.Nietzsche e Agamben, com suas concepções divergentes de potência, apontam as possibilidades da política e os limites da democracia liberal. (shrink)

O nexo entre biopolítica e soberania é de importância central em Michel Foucault e Giorgio Agamben, que possuem um entendimento distinto, porém complementar de tais conceitos. A relação entre essas ideias à luz dos 50 anos de publicação de A sociedade punitiva é abordada em alguns de seus pontos de contato, distanciamento e complementaridade. As interações entre poder soberano e vida humana apontam para um olhar crítico necessário sobre como os governos capturaram a vida como recurso administrável mas, também, passível (...) de inclusão e exclusão através do poder soberano, na figura do homo sacer. Palavras-Chave: Foucault. Agamben. Biopolítica. Soberania. Sociedade Punitiva. (shrink)

A virtually infinite array of new discoveries are bringing increasingly evident transformations to all that we do, how we live, how all of us relate to each other, ourselves and the world. To think about this new time, it is necessary to experience the vertigo of placing our mind at risk. We are immersed in a comparatively new context of existence. A new humanity is being built, and it will thus represent a new society and a unique conception of what (...) a person is. We have established ourselves as the cities we pass through daily, as sets of flows, relations of power and strengths. Like a city, we are also information networks; power fields constantly brought into play, as we connect with spaces in an imbricated and interdependent way. We are a kind of species that, in face of its desire, is capable of putting this very existence at risk; of suicidal artists, kamikazes, who risk themselves and the planet. What is the specificity of this species? What is the possible (psycho)analysis? The aim of this article is to present and articulate the current changes and the absolute artificialism of our species in the transformation of its corporeity that devours and appropriates whatever presents itself, and which produces means and prostheses for the compulsive realization of our fantasies; new realities that increasingly appear on the horizon and affect our daily lives. The mind at risk is the state that enables the craziness of any act of creation. (shrink)

A compreensão originária da paidéia grega sempre acompanha a formação de educadores e de pesquisadores em Educação. Trata-se de um tema que nos remete às origens da Educação e da compreensão do discurso filosófico e político sobre a Educação e suas dimensões. Apresenta-se a paidéia como princípio fundante voltado para o entendimento da formação social, política e cultural do povo grego a partir da problemática em torno da constituição histórica e filosófica dessa matriz Educacional. O objetivo foi abordar sobre os (...) ideais de alguns filósofos e educadores que contribuíram para o pensamento do modelo grego de educação, entre outros aspectos, para a elaboração conceitual caracterizando e contextualizando-os em seu tempo e espaço histórico. Este artigo foi desenvolvido por pesquisa de caráter bibliográfico. Entre as contribuições desse estudo, estão os conceitos e fundamentos da arete e da paidéia, que direcionaram ou foram direcionados a pensar uma educação para a vida na pólis, portanto, para a vida em sociedade de maneira universalizada, por meio de uma educação com base na cientificidade, na virtude, na política. A essência da educação grega está na sua própria cultura e organização política que vai sendo evidenciada pela sociedade em praticamente três milênios. (shrink)

O presente artigo apresenta os principais resultados do projeto de pesquisa “Mídia Cidadã e Desenvolvimento Sustentável: mapeamento e análise de rádios comunitárias em áreas de pressão socioambiental na Amazônia”, que busca entender a dimensão e o papel potencial das rádios comunitárias nos embates discursivos pelo desenvolvimento da região amazônica. O objeto da investigação são rádios comunitárias situadas em áreas de potencial conflito socioambiental na Amazônia Legal, o que inclui disputas por território ou pelo uso de recursos naturais, considerando-se grandes obras (...) de impacto, mas também Unidades de Conservação e Terras Indígenas nos noves estados da região. Como produto central do projeto foi gerada uma cartografia digital sobre comunicação cidadã e desenvolvimento sustentável na região, na perspectiva de gerar insumos para o fortalecimento da comunicação comunitária como espaço de contra-hegemonia midiática e consequente empoderamento de grupos locais nas decisões que afetem seu bem-estar. (shrink)

Resenha de Arruzza, C. A Wolf in the City: Tyranny and the Tyrant in Plato’s Republic.

1. Stoicism in classical Latin literature -- 2. Stoicism in Christian Latin thought through the sixth century.

...believe that his theory asks too much, demanding total devotion to morality and treating everything worth doing (and perhaps more) as a duty. But, despite their differences, the two sets of...

During the past decade ethical theory has been in a lively state of development, and three basic approaches to ethics - Kantian ethics, consequentialism, and virtue ethics - have assumed positions of particular prominence.

When successful and ethical managers are alerted to possible organizational wrongdoing, they take corrective action before the problems become crises. However, recent research [e.g., Rynes et al. (2007, Academy of Management Journal50(5), 987–1008)] indicates that many organizations fail to implement evidence-based practices (i.e., practices that are consistent with research findings), in many aspects of human resource management. In this paper, we draw from years of research on whistle-blowing by social scientists and legal scholars and offer concrete suggestions to managers who (...) are interested in encouraging internal reporting of problems requiring attention, and to observers of questionable activity who are considering reporting it. We also identify ways that research suggests policy-makers can have a more positive influence. We hope that these suggestions will help foster evidence-based practice regarding whistle-blowing. (shrink)

The emphasis on duly in Kant's ethics is widely held to constitute a defect. Marcia W. Baron develops and assesses the criticism, which she sees as comprising two objections: that duty plays too large a role, leaving no room for the supererogatory, and that Kant places too much value on acting from duty. Clearly written and cogently argued, Kantian Ethics Almost without Apology takes on the most philosophically intriguing objections to Kant's ethics and subjects them to a rigorous yet (...) sympathetic assessment. (shrink)

The distinction between justifications and excuses is a familiar one to most of us who work either in moral philosophy or legal philosophy. But exactly how it should be understood is a matter of considerable disagreement. My aim in this paper is, first, to sort out the differences and try to figure out what underlying disagreements account for them. I give particular attention to the following question: Does a person who acts on a reasonable but mistaken belief have a justification, (...) or only an excuse? One disagreement I highlight concerns the extent to which justification is primarily about agents rather than about actions. Those who think, as I do, of “His action, X, was justified” as “He was justified in doing X” are far more likely to allow that justification requires reasonable belief and does not require truth, than are those who think of “His action, X, was justified” as “Although actions of this type usually are prohibited, X is in these circumstances in fact permissible.” In addition to sorting out the differences and tracing them to some underlying disagreements, I defend the reasonable belief view of justification against some objections, and argue that, whether or not we continue to use the term “justified” in a way that does not require truth, we need the concept. Contrary to the claims of some who reject the reasonable belief view of justification, justification thus understood does not reduce to excuse. (shrink)

Recent studies show that returning global health trainees often report having felt inadequately prepared to deal with ethical dilemmas they encountered during outreach clinical work. While global health training guidelines emphasize the importance of developing ethical and cultural competencies before embarking on fieldwork, their practical implementation is often lacking and consists mainly of recommendations regarding professional behavior and discussions of case studies. Evidence suggests that one of the most effective ways to teach certain skills in global health, including ethical and (...) cultural competencies, is through service learning. This approach combines community service with experiential learning. Unfortunately, this approach to global health ethics training is often unattainable due to a lack of supervision and resources available at host locations. This often means that trainees enter global health initiatives unprepared to deal with ethical dilemmas, which has the potential for adverse consequences for patients and host institutions, thus contributing to growing concerns about exploitation and “medical tourism.” From an educational perspective, exposure alone to such ethical dilemmas does not contribute to learning, due to lack of proper guidance. We propose that the tension between the benefits of service learning on the one hand and the respect for patients’ rights and well-being on the other could be resolved by the application of a simulation-based approach to global health ethics education. (shrink)

Balanço da produção científica em Educação Física em Estados do Nordeste, visando a identificar tendências, perspectivas e desafios que se apresentam à consolidação dessa produção. O estudo integra a pesquisa matricial do grupo LEPEL/UFBA.

1024x768 Na sociedade da informação as Tecnologias da Informação e do Conhecimento podem contribuir para o aumento da distância social entre quem detém as informações e o domínio das tecnologias e, aqueles que estão a margem da sociedade tecnológica que são considerados os excluídos digitais, revelando a exclusão sociodigital. Por conseguinte, a eliminação da exclusão social encontra-se conectada a inclusão digital. Portanto, a importância dos programas de inclusão sociodigital, destacando-se o Programa Nacional de Tecnologias na Educação, enquanto política pública para (...) a inclusão sociodigital, que foi implantado em 1997 pelo governo federal em âmbito nacional, por meio da parceira União/Estado/Municípios. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa foi investigar a implantação do Proinfo em Minas Gerais, especificamente na região metropolitana de Belo Horizonte onde estão localizados seis Núcleos de Tecnologias Educacionais, os quais têm a função de promover as capacitações dos agentes educacionais. Para tal, foi escolhida como metodologia a pesquisa descritiva tendo como estratégias adotadas as pesquisas bibliográfica e documental. Concluiu-se que mesmo enfrentando vários problemas, a capacitação dos agentes educacionais vem sendo realizada em todos os Núcleos Tecnológicos Educacionais, através de cursos sugeridos pelo Proinfo, que disponibiliza os materiais didáticos através da Secretaria de Educação Básica. São ofertadas, também, oficinas de curta duração sobre o uso de softwares na educação. Assim, a implantação do Proinfo em Minas Gerais constitui-se de um elemento gerador de mudanças educacionais e sociais, promotor da inclusão sociodigital, podendo ser considerada uma política pública inovadora, que tem nos NTEs e NTMs a sua garantia de desenvolvimento e execução. Palavras-chave: Inclusão sociodigital. Proinfo. Capacitação de agentes educacionais. Normal 0 21 false false false PT-BR X-NONE X-NONE. (shrink)

Roche, Marcia Sectarianism has been defined as 'adherence or excessive devotion to a particular religious denomination or sect'.1 However, as Kildea notes, dictionary definitions of the term fail to square with its 'distinctive' meaning in the Australian context.2A more accurate representation of the Australian connotation is conveyed by Hogan, who says that it refers to 'the hostility between different churches or "sects" which has manifested itself in the wider arena of social and political conflict'.3 The social, political and economic (...) discrimination and exclusion that has existed in Australia between Catholics and Protestants was most intense from the beginning of European settlement until the 1960s, when the Catholic Church's endorsement of ecumenism offered a means of positive engagement with members of other Christian denominations. (shrink)

In her article, "Is Depression Sin? A Philosophical Examination of Christian Voluntarism," Anastasia Phillippa Scrutton has offered a thoughtful contribution to the philosophical literature regarding depression and freedom of the will. Her analysis provides a careful and well-organized review of the position, prevalent in some Christian literature, that depression is within the individual's control and is thus a sin. She describes various components of this view, which she labels Christian voluntarism, and distinguishes it from more moderate versions of free will, (...) in its assumptions that nearly all persons in all situations possess total freedom, and thus the inherent ability to prevent or to overcome depression.... (shrink)

Clarke A. Chambers interviews Marcia Eaton, professor in the Department of Philosophy.