Aspásia de Mileto (470?-400?) é uma figura cuja história nos é nebulosa e ao mesmo tempo muito clara. Nebulosa pois, como sugere Marta Andrade (2022, p. 24), trata-se de uma existência, como muitas outras, cuja memória a posteridade raramente se ocupou ou simplesmente esqueceu. Mas também clara pois Aspásia possui uma persona constituída no que chamamos de "tradição". A amante de Péricles. A professora de Sócrates. A esposa de Lísicles. Sua figura é frequentemente resgatada à sombra das figuras masculinas (...) com as quais se envolveu. Em grande medida porque as fontes que a resgatam trazem seu nome à margem, mas também em parte devido a uma postura metodológica que, por vezes, ignora nomes de mulheres. Neste artigo, viso recorrer às fontes para trazer à tona o protagonismo de Aspásia no que tange à educação e seu pioneirismo no pensamento retórico. Na primeira seção, desenvolverei uma breve biografia de Aspásia, sua possível influência política e suas habilidades pedagógicas. Na segunda seção, tratarei especialmente de suas contribuições para a retórica, abordando o discurso atribuído a si no Menêxeno de Platão e a Oração Fúnebre atribuída a Péricles por Tucídides. Por fim, na conclusão, diante das teses desenvolvidas, chegaremos a uma imagem mais digna de Aspásia, vislumbrando o retrato de uma mulher que dirige um elogio à coragem e cuja opinião incide diretamente em seu corpo social e político. Desse modo, compreenderemos melhor seus avanços nos âmbitos pedagógicos e retóricos, tidos como cruciais para o desenvolvimento dos cidadãos gregos. (shrink)

The interrelation of Hermione and Andromache as mapped out physically in theatrical space is the key aspect of the stagecraft of Euripides’ “Andromache”. Its study enhances the understanding of the critical importance of the females’ juxtapositional contrast in the dramatic design of the play. It also alerts us to the intricacies of Euripides’ game with social norm regulating the semantics of extra-theatrical domestic space and of his creative reworking of Andromache’s narrative space in Homer’s epic. Euripides innovates in combining the (...) two heroines’ post-war story and placing them as wife and concubine under the same roof, Neoptolemus’ house. Andromache sits outside the scene-building at the shrine of Thetis; she is excluded from the oikos, as a concubine would be in the reality of fifth-century experience. Hermione, Neoptolemus’ legal wife, dominates inside. By zooming in onto the particularities of movement, action and interaction (with animate and inanimate entities) of these females, this paper offers a detailed decoding of the dynamics of theatrical domestic space in the “Andromache”. (shrink)

É comumente aceito, atualmente, que Aristóteles não teria enfrentado ou tentado seriamente resolver o famoso paradoxo do mentiroso, embora ele tenha sido formulado por Eubúlides de Mileto, membro da escola megárica e rival filosófico de Aristóteles. No máximo, assim reza a visão tradicional, ele parece apenas fazer uma menção desse paradoxo nas Refutações sofísticas, Capítulo 25, talvez esboçando a sua solução. O meu intento, no presente artigo, é desafiar essa opinião geral mostrando que o Estagirita fornece uma explicação implícita (...) para duas versões do paradoxo do mentiroso, a saber, a versão autorreferencial, e a versão anafórica. A minha alegação é que a solução aristotélica para essas duas versões do paradoxo encontra-se no núcleo de sua refutação de duas teses, as quais denominei como tese da synalethia e como tese da sympseudia. Tal refutação é realizada no oitavo capítulo do quarto Livro da Metafísica, um texto até agora subestimado pelos intérpretes modernos, mesmo sendo a parte final de um dos mais importantes escritos de Aristóteles. A solução aristotélica, assim defendo, é levada a cabo por meio dos seguintes princípios: toda declaração é sempre precedida por um operador de verdade da forma ‘é verdade que...’, ou seja, toda declaração, qualquer que seja o que ela possa declarar a mais, primariamente assevera a sua própria verdade; e, em conformidade com o princípio anterior, toda declaração que assevera a sua própria falsidade ou acarreta a verdade de sua contraditória é necessariamente falsa. Através desses princípios, a refutação de Aristóteles da synalethia e da sympseudia é bem-sucedida. Mostrarei que obtemos uma boa solução para as versões do mentiroso acima mencionadas, apenas aplicando esses mesmos princípios a elas. Esse tipo de solução ao mentiroso tanto quanto para as teses antes citadas é muito parecido com aquele explicitamente encontrado nas obras de diversos filósofos, a saber, Guilherme de Sherwood, Tomás Bradwardine, João Buridano, Alberto da Saxônia, Paulo Venetus, Charles S. Peirce e Arthur Prior. Assim, também defendo que essa linhagem tem as suas raízes na solução de Aristóteles. (shrink)

A grande revolução filosófica arquitetada pelo Alvissarismo está justamente na descoberta fundamental dos juízos analíticos a posteriori; desde Kant, não houve sequer um único filósofo com coragem o bastante para questionar a ideia de que todo juízo de experiência é sintético e que todo juízo analítico é a priori, com exceção de Saul Kripke, que foi pioneiro ao revelar ao mundo a existência do necessário a posteriori e do contingente a priori, corroborando a nossa tese sobre a existência dos juízos (...) analíticos a posteriori; esta foi, pois, a grande ruptura causada pela Filosofia Alvissarista, que, através da pergunta “existem juízos analíticos a posteriori?” causou uma revolução sem precedentes na história da filosofia. O mais importante aqui não é nem a resposta dada pelo Alvissarismo a esta pergunta, mas sim a própria pergunta, posto que ela rompe de uma vez por todas com a filosofia Kantiana, que fundou as bases da filosofia moderna através da negação da revelação. O Alvissarismo dá, portanto, início a uma nova era na história da filosofia, uma era onde na filosofia é possível a revelação, onde é possível existir uma filosofia unificada à mitologia e à religião, como um retorno à filosofia pré-talesiana, isto é, uma filosofia antes do surgimento de Tales de Mileto, que separou a filosofia da religião através da proposição “a água é a origem de todas as coisas”. (shrink)

É comumente aceito, atualmente, que Aristóteles não teria enfrentado ou tentado seriamente resolver o famoso paradoxo do mentiroso, embora ele tenha sido formulado por Eubúlides de Mileto, membro da escola megárica e rival filosófico de Aristóteles. No máximo, assim reza a visão tradicional, ele parece apenas fazer uma menção desse paradoxo nas Refutações sofísticas, Capítulo 25, talvez esboçando a sua solução. O meu intento, no presente artigo, é desafiar essa opinião geral mostrando que o Estagirita fornece uma explicação implícita (...) para duas versões do paradoxo do mentiroso, a saber, a versão autorreferencial (que pode ser apresentada pela declaração: “esta declaração é falsa”), e a versão anafórica (que pode ser apresentada por meio de duas declarações mutuamente referentes como estas: “a próxima declaração é verdadeira” e “a declaração anterior é falsa”). A minha alegação é que a solução aristotélica para essas duas versões do paradoxo encontra-se no núcleo de sua refutação de duas teses, as quais denominei como tese da synalethia (que defende que toda declaração é verdadeira) e como tese da sympseudia (que defende que toda declaração é falsa). Tal refutação é realizada no oitavo capítulo do quarto Livro da Metafísica, um texto até agora subestimado pelos intérpretes modernos, mesmo sendo a parte final de um dos mais importantes escritos de Aristóteles. A solução aristotélica, assim defendo, é levada a cabo por meio dos seguintes princípios: (i) toda declaração é sempre precedida por um operador de verdade da forma ‘é verdade que...’, ou seja, toda declaração, qualquer que seja o que ela possa declarar a mais, primariamente assevera a sua própria verdade; e, em conformidade com o princípio anterior, (ii) toda declaração que assevera a sua própria falsidade ou acarreta a verdade de sua contraditória é necessariamente falsa. Através desses princípios, a refutação de Aristóteles da synalethia e da sympseudia é bem-sucedida. Mostrarei que obtemos uma boa solução para as versões do mentiroso acima mencionadas (e implicitamente presentes nas posições refutadas), apenas aplicando esses mesmos princípios a elas. Esse tipo de solução ao mentiroso tanto quanto para as teses antes citadas é muito parecido com aquele explicitamente encontrado nas obras de diversos filósofos, a saber, Guilherme de Sherwood, Tomás Bradwardine, João Buridano, Alberto da Saxônia, Paulo Venetus, Charles S. Peirce e Arthur Prior. Assim, também defendo que essa linhagem tem as suas raízes na solução de Aristóteles. (shrink)

Tales de Mileto (VII–VI a.C.), además de ser uno de los siete Sabios, es considerado el primer filósofo precisamente por haber sido el primero en intentar dar razón de la estructura y formación del universo. El punto nuclear de la tesis de Tales afirmaba que el agua es el principio o materia originaria de la que han surgido todas las realidades que componen el variopinto y complejo tejido cósmico. A esta tesis, que hoy bien pudiera parecer extravagante, le cabe (...) el mérito y el privilegio de haber sido el motor que puso en movimiento un conjunto de inquietudes, de recursos y de métodos, de base racional, encaminados a dar respuesta a cuestiones que los seres humanos venían planteándose desde la misma noche de los tiempos. En qué medida y en qué sentido Tales de Mileto es deudor de creencias, instrumentos y saberes de su entorno (las ciudades griegas de las costas turcas del Egeo), incluidos los procedentes del este (Mesopotamia) y del Sur (Egipto), en qué medida fue Tales un innovador radical, son cuestiones que serán abordadas en este artículo. (shrink)

Antes da Filosofia, a Sabedoria era a que continha o "saber" humano haurido da experiéncia vivida. E, portanto, Sabedoria expressava mais ou menos o que hoje concebemos como Cultura. Ora, a Filosofia construiu-se mediante a operacionalização de uma passagem: do contexto da Cultura (a qual se expressava mediante um sistema simbolico próprio do mito, da religião e da literatura heróica) para o contexto da Ciencia (a qual se expressou, na dependència do antigo, através de um novo sistema simbólico conceitual, pelo (...) exercicio de uma determinada competência). Do contexto de uma Sabedoria experimental, organizada no tempo da experiência da vida, construiu-se uma habilidade de tipo próprio: a de elaborar considerações sábias ou a de formular máximas mediante observações precisas. Tales representa, nos primórdios da descoberta do pensamento racional, orientando-a, não tanto para o governo da vida ou do viver, mas para o governo da Natureza, pela observação dos seus fenómenos. É sobre a instauração desta nova atitude (inferida do exercicio prático e não de discurso teórico feito por Tales) que se detém este artigo. Ele versa, num primeiro momento, sobre a sua figura de Sábio; sobre a sua necessidade de viajar, como forma de estudo e de instrução; sobre o seu envolvimento com a Geometria (uma ciência de feição especulativa, mas de carácter empírico); enfim, sobre a sua habilidade teórica e prática (mediante relatos de Platão e de Aristóteles). Num segundo momento, e finalmente, aborda a sua explicação racional da "physis". /// Avant la Philosophie, la sagesse détenait le "savoir" humain extrait de l'expérience vécue. La sagesse s'approchait done de ce que nous comprenons aujourd'hui comme culture. La Philosophic est le fruit du passage du contexte de la Culture (celle qui s'exprimait par un système symbolique propre au mythe, à la religion, à la littérature héroïque) à celui de la Science (qui s'est exprimée, pour la dépendance du système ancien, par le biais d'un nouveau système symbolique conceptuel moyennant l'exercice d'une compétence détérminée). C'est à partir de la Sagesse experimentale, organisée pendant l'expérience de la vie, que s'est construite une capacité propre: celle qui consiste à élaborer des considérations sages ou à formuler des maximes moyennant des observations précises. Aux origines de la découverte de la pensée rationnelle, Thalès fut un jalon dans ce mouvement de la sagesse: il a marqué le début d'une nouvelle activité du sage, par l'exercice spécifique de la recherche ou de l'élévation rationnelle, en l'orientant, non seulement pour la conduite de la vic (ou du vivre), mais encore pour la connaissance de la nature, grace à l'observation de ses phénomenes. Le thème de cet article aborde l'instauration de cette nouvelle attitude (induite de l'exercice pratique et non du discours théorique fait par Thalès). II traite, en un premier moment, de Thalès comme Savant; de ses voyages comme forme d'etude et d'instruction, de son introduction à la Géométrie (une science de nature spéculative mais de caractère empirique); enfin, de son habileté théorique et pratique (en utilisant des récits de Platon et d'Aristote). En un second moment, il traite de son explication rationnelle de la "Physis". /// Before Philosophy, Wisdom included much of human "knowledge" learned through the experience of life. Wisdom was thus approximately what we nowadays call Culture. Philosophy was built up by way of a passage: from the context of Culture (wheh espresses itself by means of a symbolic system peculiar to myth, religion and epic literature) to the context of Science (which although still dependent from the ancient tradition expresses itself through a new conceptual symbolic system by means of the exercise of a specific competence). Out of the context of an experimental Wisdom, a specific skill developed organized on the basis of experience of life: to elaborate wise considerations, or to formulate propositions based upon precise observations. In the early days of the discovery of rational thought, Thales represents a landmark in his sapiential movement: the inauguration of a new activity of Scholars, through the specific exercise either of research or of rational speculation, directed mainly not to the rule of life, but to the rule of Nature through the observations of its phenomena. This paper deals with the instauration of this new activity (inferred from Thales 1 practice and not from his theoretical discourse). First, Thales personality of a Scholar is analysed: his need to travel as a way of study and instruction; his interest for Geometry (a science of speculative kind, but of empirical character); his theoretical and practical skill (according to the reports of both Plato and Aristotle). In a second part, Thales' rational explanation of "physis" is examined. (shrink)

Na presente investigação, contrapondo o Sócrates de Platão com a figura de Sócrates que emerge a partir dos textos e da doxografia referente aos socráticos, apresento duas hipóteses sobre quem foi a mestra erótica de Sócrates. De um lado, a hipótese doxográfica geral dos socráticos que apontam Aspásia como sua mestra erótica, uma vez que Ésquines e Xenofonte, discípulos de Sócrates, bem como outros filósofos e doxógrafos posteriores à época clássica (Alciphron, Ateneu, Cícero, Filóstrato, Luciano, Máximo de Tiro, Plutarco, Sinésio, (...) Victorino), retratam Aspásia como a mestra de Sócrates nas artes eróticas. De outro lado, a inovação platônica que apresenta Diotima como a verdadeira guia erótica de Sócrates. Busco demonstrar a importância da sacerdotisa de Mantineia no Banquete, já que Diotima está associada diretamente a novidade platônica do éros filosófico. Na sequência, indico os possíveis motivos desse deslocamento (substituir Aspásia por Diotima como figura central do éros filosófico e guia erótica de Sócrates) realizado por Platão, com enfoque em como estes motivos vinculam-se a aspectos essenciais das novidades eróticas propostas por Platão. Por fim, questiono se esta estratégia platônica, que limita a sabedoria de Aspásia a só um dos assuntos pelos quais era conhecida (retórica), não seria mais uma das camuflagens que a filosofia fez com as heranças sofísticas, em especial, das feitiçarias retórico-eróticas aspasianas que influenciaram profundamente o socratismo. (shrink)

An overview is provided of how the concept of the thought experiment has developed and changed for the natural sciences in the course of the 20th century. First, we discuss the existing definitions of the term 'thought experiment' and the origin of the thought experimentation method, identifying it in Greek Presocratics epoch. Second, only in the end of the 19th century showed up the first systematic enquiry on thought experiments by Ernst Mach's work. After the Mach's work, a negative attitude (...) towards thought experiments came in the beginning of the 20th century, which went on until the Thomas Kuhn's and Karl Popper's work on thought experiments. Only from the mid-1980s did thought experiments begin to be considered relevant to scientific enterprise. Finally, we show the existing empirical and 'functional' theories which have developed about the nature and purpose of thought experiments. (shrink)

The problem of the irreversibility's origin in thermodynamic processes occupies a distinguished place among many and lasting attempts by researchers to derive irreversibility from molecular-mechanical principles. However, this problem is still open and no universally accepted solution may be given during any course. In this paper, I shall try to show that the examining of Maxwell's demon thought experiment may provide insight into the difficulties that emerge, looking for this origin because: it is connected with the notion of irreversibility, and (...) one of its functions is that of the "reversibility objection." In order to illustrate this point, I study Boltzmann's approach to the problem of a molecular-mechanical interpretation of irreversibility and I show that an auxiliary assumption is responsible for producing irreversibility. But this result is accordant with the predictions of Maxwell's demon thought experiment: the assumptions of this kind are not dictated by molecular-mechanical principles but are separate input in the model-systems used. (shrink)

RESUMO Anaximandro possui destaque na história da filosofia, conforme o In De caelo de Tomás de Aquino, porque, à luz da racionalidade, ele descobriu os pontos limites do cosmo, na perspectiva do observador, a saber: as estrelas e a Terra, os dois itens mediante os quais o milésio inaugura a cosmologia filosófica e a cosmografia. Este estudo mostra que, baseado não somente no texto de Aristóteles, mas também noutras fontes doxográficas, nomeadamente no In De caelo de Simplício, Tomás reúne em (...) seu texto teorias cosmológicas atribuídas a Anaximandro, como o geocentrismo, a finitude do cosmo, a infinitude e divindade do regente do todo e, refletindo sobre elas, o autor manifesta a grandiosidade do gênio daquele que é considerado como o sucessor de Tales de Mileto. ABSTRACT Anaximander is a prominent figure in the history of philosophy, according to In De caelo of Thomas Aquinas because, in the light of rationality, he discovered the boundary points of the cosmos, from the observer's perspective, namely: the stars and the Earth, the two items through which the milieu inaugurates philosophical cosmology and cosmography. This study shows that, based not only on the text of Aristotle, but also on other doxographic sources, notably in the In De caelo of Simplicius, Aquinas collects in his text cosmological theories attributed to Anaximander, such as geocentrism, finitude of the cosmos, infinity and deity of the regent of the whole and, reflecting upon them, the author manifests the grandeur of the genius of he who is regarded as the successor of Thales of Miletus. (shrink)

Zygote cytokinesis produces two symmetric blastomeres, which contain one copy of each parental genome. Contrary to this dogma, we recently discovered that mammalian zygotes can spontaneously segregate entire parental genomes into different blastomeres and coined this novel form of genome segregation heterogoneic division. The molecular mechanisms underlying the emergence of blastomeres with different parental genomes during the first mitotic cycle remain to be elucidated. Here, we speculate on which parental genome asymmetries could provide a mechanistic foundation for these remarkable zygote (...) divisions. In reviewing the field and considering our findings, we revisit the architecture of the first zygotic metaphase by invoking asymmetric interactions between the mitotic spindle and the parental kinetochores. We also speculate on how asynchronous parental cell cycles can be a source of heterogoneic zygote divisions through the formation of parental genome private spindles. (shrink)

Este estudio se propone analizar el sentido político de la mímesis a razón del estudio de los efectos formativos del teatro y la tragedia griega en la polis. Para ello estaremos abordando, como ejemplo, la obra de Frínico: La caída de Mileto. A su vez, pondremos en conexión algunas cuestiones del corpus aristotélico referidas a la tragedia, la ficción, la paideia y la kátharsis. Y, de Hannah Arendt sobre el teatro, la autoformación, la identidad y el interés político del (...) individuo, en relación con la lectura testimonial de esta misma obra. (shrink)

The problem of the irreversibility’s origin in thermodynamic processes occupies a distinguished place among many and lasting attempts by researchers to derive irreversibility from molecular-mechanical principles. However, this problem is still open and no universally accepted solution may be given during any course. In this paper, I shall try to show that the examining of Maxwell’s demon thought experiment may provide insight into the difficulties that emerge, looking for this origin because: (i) it is connected with the notion of irreversibility, (...) and (ii) one of its functions is that of the “reversibility objection.” In order to illustrate this point, I study Boltzmann’s approach to the problem of a molecular-mechanical interpretation of irreversibility and I show that an auxiliary assumption (the selected direction of time) is responsible for producing irreversibility. But this result is accordant with the predictions of Maxwell’s demon thought experiment: the assumptions of this kind are not dictated by molecular-mechanical principles but are separate input in the model-systems used. (shrink)

Existe una opinión, que ha pasado a ser un lugar común. Y fue Platón el que la echó a rodar, irónicamente, primero a raíz de un percance que le ocurriera a Tales de Mileto; luego, con más reverencia, a raíz de los hábitos de su maestro Sócrates. Lo que Platón narra de Tales es que por estar contemplando el firmamento no vio lo que estaba delante de su nariz, y cayó en un pozo, con gran hilaridad de la servidumbre (...) que lo miraba. Y quién no recuerda al Sócrates que nos describe Platón: bajo la lluvia o la nieve, sin percatarse de ellas, sumido por largas horas en sus pensamientos, aparte, como tomando distancia para reencontrarse de un modo más productivo con los otros. (shrink)

This special issue aims to explore and investigate a new subfield, namely experimental philosophy of medicine. Whereas experimental philosophy is relatively new on the philosophical block, some of its takes and findings have already shaped central debates in ethics, philosophy of action, philosophy of language, and epistemology. Interestingly, the approach of this program was for a long time almost wholly ignored within bioethics and philosophy of medicine—although this seems to have changed somewhat recently. In this introduction, we briefly sketch the (...) program of experimental philosophy and how it can be used to shed philosophical light on issues in the philosophy of medicine. (shrink)

Neste artigo, no intuito de nos inscrevermos em uma reflexão mais abrangente acerca dos negacionismos contemporâneos, com foco no “negacionismo histórico”, que se sustenta por processos de falseamento e homogeneização da história e das memórias, buscamos seguir o seguinte roteiro de reflexão analítica: i) tratar da escrita da história, abordando a produção de memórias, as políticas de esquecimento e o falseamento discursivo da história; ii) traçar um panorama acerca da escrita da história e da produção de memórias da ditadura civil-militar (...) brasileira, observando, de um lado, a produção discursiva nos campos escolar, jornalístico e “de história”, como formas de manifestação e promoção da memória oficial do regime, e, de outro, a construção das políticas institucionais de memória, com foco nas comissões de verdade, como mecanismos de instituição de regimes de dizibilidade sustentados por memórias-outras; iii) como eixo analítico-conclusivo, traçar uma reflexão que vai da negação da história à formação do autoritarismo contemporâneo, tomando como exemplo a violência contra os povos originários. Inscrevemo-nos, para dar cabo a esta discussão, na perspectiva arqueogenealógica dos Estudos Discursivos Foucaultianos, a partir da mobilização de um arcabouço teórico-metodológico que permite a análise dos processos de formação dos enunciados e dos discursos e, fundamentalmente, uma crítica reflexiva do presente. (shrink)

"Al igual que otras manifestaciones de la cultura occidental, la filosofía del derecho aparece en las más antiguas reflexiones de los filósofos griegos. Ello se patentiza sobre todo en el estudio de los textos de los grandes clásicos. La justicia, que es uno de los temas que con más persistencia se presentan en el desarrollo histórico de la filosofía jurídica, es objeto de un tratamiento especial en los autores de esta época. Ahora bien, el conocimiento de lo que estos filósofos (...) pensaron, no tiene un mero valor histórico, sino que muchas veces encierra una actualidad sorprendente, por la forma como han condicionado, y condicionan todavía la meditación jusfilosófica. De ahí su actualidad e importancia. No obstante, el reconocimiento de este hecho, los filósofos del derecho no han prestado la debida atención a la reflexión que surge de esta época germinal, que abarca un período relativamente breve (siglo VI a IV a. C.). Y son pocos, muy pocos, los jusfilósofos que abordan sin intermediarios, el tratamiento y estudio de este período. Ello explica nuestro interés en analizarlo a través de las fuentes mismas. A fin de precisar el objeto de este trabajo, creemos conveniente hacer algunas delimitaciones. Así, en cuanto a su extensión, intenta cubrir las primeras manifestaciones (desde Tales de Mileto, y aún antes) hasta Aristóteles de Estagira, que cierra el período clásico. La evolución posterior, aun siendo rica en desarrollos, es dejada para otra oportunidad. En cuanto a su alcance, este trabajo no pretende ser una exégesis detallada de la filosofía griega en su conjunto, ni tampoco un análisis de carácter histórico, económico, sociológico o político. No es incluso la obra de un helenista o un filólogo, sino de un interesado en los problemas de la filosofía del derecho, aunque el autor ha cuidado de premunirse de los mejores elementos de trabajo que utiliza la crítica para dar un mayor respaldo a sus afirmaciones. Se trata, si se quiere, de un estudio de carácter teórico sobre la Justicia —de lo que ella es en sí misma— de lo cual, sin embargo, pueden desprenderse enormes consecuencias en el mundo de la práctica". (shrink)

Propose une hypothèse originale sur les sources de la pensée de Bergson et sa portée profonde, sur le mouvement de son oeuvre et la méthode qui s'impose pour la lire, sur la place de sa philosophie dans l'histoire.

It is argued that John Bickle’s Ruthless Reductionism is flawed as an account of the practice of neuroscience. Examples from genetics and linguistics suggest, first, that not every mind-brain link or gene-phenotype link qualifies as a reduction or as a complete explanation, and, second, that the higher (psychological) level of analysis is not likely to disappear as neuroscience progresses. The most plausible picture of the evolving sciences of the mind-brain seems a patchwork of multiple connections and partial explanations, linking anatomy, (...) mechanisms and functions across different domains, levels, and grain sizes. Bickle’s claim that only the molecular level provides genuine explanations, and higher level concepts are just heuristics that will soon be redundant, is thus rejected. In addition, it is argued that Bickle’s recasting of philosophy of science as metascience explicating empirical practices, ignores an essential role for philosophy in reflecting upon criteria for reduction and explanation. Many interesting and complex issues remain to be investigated for the philosophy of science, and in particular the nature of interlevel links found in empirical research requires sophisticated philosophical analysis. (shrink)

The paper provides a reconstruction of the notion of material Apriori while exhibiting the anti-Kantian inspiration and factual grounding thereof. The attempt is made to show that a non-formal Apriori obtains because the sensuous has a normative character; further, that the difference between material and formal eidetic laws is rooted in the difference between sensuous contents, given in experience, and intellectual contents, originating in activities of judgement. The material Apriori is not independent of all experience, since it is grounded on (...) sensuous eidetic contents and thus depends on the latter’s givenness and characteristics. It is thanks precisely to this ,contingency‘ that it has an ontological significance. (shrink)

Emotion Review, Volume 14, Issue 1, Page 84-95, January 2022. Emotional stimuli such as images, words, or video clips are often used in studies researching emotion. New sets are continuously being published, creating an immense number of available sets and complicating the task for researchers who are looking for suitable stimuli. This paper presents the KAPODI-database of emotional stimuli sets that are freely available or available upon request. Over 45 aspects including over 25 key set characteristics have been extracted and (...) listed for each set. The database facilitates finding of and comparison between individual sets. It currently contains sets published between 1963 and 2020. A searchable online version allows users to select specific set characteristics and to find matching sets accordingly, as well as to add new published sets. (shrink)

Emotion Review, Volume 14, Issue 1, Page 84-95, January 2022. Emotional stimuli such as images, words, or video clips are often used in studies researching emotion. New sets are continuously being published, creating an immense number of available sets and complicating the task for researchers who are looking for suitable stimuli. This paper presents the KAPODI-database of emotional stimuli sets that are freely available or available upon request. Over 45 aspects including over 25 key set characteristics have been extracted and (...) listed for each set. The database facilitates finding of and comparison between individual sets. It currently contains sets published between 1963 and 2020. A searchable online version allows users to select specific set characteristics and to find matching sets accordingly, as well as to add new published sets. (shrink)

Razón, poesía, historia.--La cuestión del estoicismo español.--El querer.

The American Journal of Bioethics, Volume 12, Issue 1, Page 13-15, January 2012.

Hegel is most famous for his view that conflicts between contrary positions are necessarily resolved. Whereas this optimism, inherent in modernity as such, has been challenged from Kierkegaard onward, many critics have misconstrued Hegel's own intentions. Focusing on the Science of Logic, this transformative reading of Hegel on the one hand exposes the immense force of Hegel's conception of tragedy, logic, nature, history, time, language, spirit, politics, and philosophy itself. Drawing out the implications of Hegel's insight into tragic conflicts, on (...) the other hand, De Boer brings into play a form of negativity that allows us to understand why the entanglement of complementary positions always tends to turn into their conflict, but not necessarily into its resolution. (shrink)

Este artículo se propone examinar la caracterización ficcional de la mujer filósofa durante el siglo XVIII, concentrándose en la novela Histoire de Juliette, ou les prospérités du vice de Donatien Alphonse François de Sade. Sostendremos como hipótesis que las heroínas filósofas de Histoire de Juliette se habrían construido a base de la exaltación de la figura de la hetaira de la Grecia Clásica. Analizaremos dos referencias a las hetairai que aparecen en la obra: la caracterización de Clairwil, una de las (...) tutoras libertinas de Juliette, y la participación de Aspasia, Phryné y Lais como parte del séquito de libertinas de la protagonista de la novela. (shrink)

Un verbe exprime en français l'un des secrets de notre être et l'une des clés de notre époque maniaco-dépressive : ce verbe, c'est revivre. Il a deux sens que tout paraît opposer. Revivre, c'est en effet renaître, retrouver le sentiment d'être vivant et relié à autrui. Mais c'est aussi se laisser rattraper par "un passé qui ne passe pas » et se replier sur soi-même. Chacun de nous fait cette double expérience, souvent sans le savoir. Il faut pourtant la penser, (...) l'affronter, résister à ce qui nous enferme, accéder à ce qui nous délivre. Inventaire de nos blessures et de nos ressources, diagnostic du moment présent, parcours dans les idées et les oeuvres, ces propos renouent avec les actes les plus intenses de notre vie. Un art de vivre, c'est-à-dire de revivre, qui pourrait bien être le seul possible aujourd'hui. (4e de couv.). (shrink)