É comumente aceito, atualmente, que Aristóteles não teria enfrentado ou tentado seriamente resolver o famoso paradoxo do mentiroso, embora ele tenha sido formulado por Eubúlides de Mileto, membro da escola megárica e rival filosófico de Aristóteles. No máximo, assim reza a visão tradicional, ele parece apenas fazer uma menção desse paradoxo nas Refutações sofísticas, Capítulo 25, talvez esboçando a sua solução. O meu intento, no presente artigo, é desafiar essa opinião geral mostrando que o Estagirita fornece uma explicação implícita para (...) duas versões do paradoxo do mentiroso, a saber, a versão autorreferencial, e a versão anafórica. A minha alegação é que a solução aristotélica para essas duas versões do paradoxo encontra-se no núcleo de sua refutação de duas teses, as quais denominei como tese da synalethia e como tese da sympseudia. Tal refutação é realizada no oitavo capítulo do quarto Livro da Metafísica, um texto até agora subestimado pelos intérpretes modernos, mesmo sendo a parte final de um dos mais importantes escritos de Aristóteles. A solução aristotélica, assim defendo, é levada a cabo por meio dos seguintes princípios: toda declaração é sempre precedida por um operador de verdade da forma ‘é verdade que...’, ou seja, toda declaração, qualquer que seja o que ela possa declarar a mais, primariamente assevera a sua própria verdade; e, em conformidade com o princípio anterior, toda declaração que assevera a sua própria falsidade ou acarreta a verdade de sua contraditória é necessariamente falsa. Através desses princípios, a refutação de Aristóteles da synalethia e da sympseudia é bem-sucedida. Mostrarei que obtemos uma boa solução para as versões do mentiroso acima mencionadas, apenas aplicando esses mesmos princípios a elas. Esse tipo de solução ao mentiroso tanto quanto para as teses antes citadas é muito parecido com aquele explicitamente encontrado nas obras de diversos filósofos, a saber, Guilherme de Sherwood, Tomás Bradwardine, João Buridano, Alberto da Saxônia, Paulo Venetus, Charles S. Peirce e Arthur Prior. Assim, também defendo que essa linhagem tem as suas raízes na solução de Aristóteles. (shrink)

_Importance and implications of an oath in times of a pandemic_ _Importância e implicações de um juramento em tempos de pandemia_ La pandemia del SARS-CoV-2, que causa el Covid-19, es un hecho que está desestabilizando no solo los sistemas de salud, sino la misma cultura actual. En torno a ella hay una serie de elementos que complican su contención, mitigación y tratamiento: interrogantes sobre su origen, profusión de información, medidas de aislamiento con efectos diametralmente opuestos, despertar de una pesadilla de (...) agresión al ecosistema, develamiento de falencias y fragilidades de gobiernos, sistemas económicos y de salud pública; crisis de liderazgo y un largo etcétera. Se examina el trabajo del talento humano en salud a partir de la constatación de situaciones paradójicas frente al mismo y se plantea la importancia del Juramento hipocrático, como razón que justifica el accionar del personal de salud en escenarios normales, pero sobre todo en situaciones límite. Se concluye que el Juramento hipocrático, más que la Declaración de Ginebra, es un punto de partida clave para el actuar médico, también en las crisis, y que la humanidad debería cambiar y salir fortalecida de la pandemia, porque aprendió las lecciones que el Covid-19 le ha dejado. _Para citar este editorial / to reference this editorial / para citar este editorial_ Gamboa-Bernal GA. Importancia e implicaciones de un juramento en tiempos de pandemia. 2020;24:5-13. DOI: https://doi.org/10.5294/pebi.2020.24.1.1 Publicado: 07/05/2020. (shrink)

Este estudo tem como objetivo principal discutir qual o lugar da memória nas pesquisas históricas empreendidas pelo filósofo francês Michel Foucault, o qual foi responsável pelo desenvolvimento de duas frentes metodológicas de trabalho: a arqueologia do saber e a genealogia do poder, conhecidas hoje como arqueogenealogia foucaultiana. Ao longo de mais de 30 anos dedicados a estas pesquisas, Michel Foucault ganhou projeção nacional e internacional pela sua inquietante forma de aliar a militância política com o trabalho acadêmico, demonstrando, com isso, (...) qual era o papel do intelectual frente aos desafios e demandas no mundo do pós-guerra. Recebeu a maior honraria no mundo da intelectualidade francesa ao ser eleito professor do célebre Collège de France, assumindo, por mais de uma década, a cátedra história dos sistemas de pensamentos. Em uma de suas últimas entrevistas, declarou que todos os seus gestos tinham como principal objetivo: criar a história como os seres humanos se tornam sujeitos em nossa cultura. Esta declaração deixa evidente qual o lugar que a história ocupa em sua obra, mas qual seria o lugar da memória nesses seus empreendimentos? Por que a história aparece em seu trabalho como lugar privilegiado enquanto a memória tem um lugar de coadjuvante? São estas as reflexões iniciais que buscamos realizar neste nosso trabalho. (shrink)

O artigo articulará a temática do dossiê _Religião e Cinema_ no gênero da ficção científica. Para isso, propõe-se uma reflexão acerca de um conceito de Deus em _2001 Uma Odisseia no Espaço_ a partir de uma declaração do diretor Stanley Kubrick. O trabalho mostrará, inicialmente, um fundo de reflexão comum tanto para a religião quanto para a ficção científica. Uma narrativa cuja realização se dá num evento maior distingue-se, no filme, da confessionalidade religiosa, encontrando, a despeito da tecnologia e (...) da ciência, na própria ficção a emancipação da finitude e das determinações por meio de símbolos infinitos. O símbolo maior, manifestado como protagonista, é o Monolito: fonte de reflexão sobre um outro conceito de Deus distinto de tradições religiosas monoteístas. Como uma metáfora da jornada da humanidade, o neologismo _monoliteísmo_ sugere a busca da compreensão de si mesmo por meio de significações últimas na expressão artística de Kubrick da circularidade, da linearidade e, sobretudo, do silêncio. Apesar de contar com uma análise crítica da linguagem cinematográfica, sobretudo a partir de Deleuze, o método de pesquisa é o hermenêutico e o referencial bibliográfico selecionado contempla obras de crítica tanto filosófica quanto cinematográfica. (shrink)

As profundas mudanças do mundo exigem ampliação do conceito de cidadania produzido pela ascenção da burguesia,que teve seu ápice na Revolução Francesa.Definido,basicamente pela declaração dos direitos do homem e do cidadão, de 1789,que foi reiterada,em 1948,pela ONU, a cidadania não ´pode desprezar os deveres sociais e éticos que todos nós temos,com vistas a uma sociedade mais justa,que resgate o ser humano no cidadão.

Este artigo tem por objetivo analisar a aparente contradição entre a instituição da censura no Contrato Social de Rousseau e a censura que sofreu em Genebra e Paris. Para tanto analisaremos o conceito de censura no Contrato Social e os argumentos utilizados por Rousseau nas obras Cartas escritas da Montanha e a Carta à Christophe Beaumont, com apoio na obra de alguns comentadores da obra política de Rousseau. Nossos estudos nos levam a concluir que Jean-Jacques Rousseau admite, de fato, (...) a possibilidade da instituição da censura, no entanto, a ação dos censores deve ser restrita pela opinião pública, tal como a do príncipe em relação às leis. Além disso, se há um processo semelhante deveria atender todos os requisitos da legislação civil do Estado no qual ocorre. Tanto em Paris, como em Genebra Rousseau discorda do modo como procederam em relação às suas obras e sua pessoa. (shrink)

É comumente aceito, atualmente, que Aristóteles não teria enfrentado ou tentado seriamente resolver o famoso paradoxo do mentiroso, embora ele tenha sido formulado por Eubúlides de Mileto, membro da escola megárica e rival filosófico de Aristóteles. No máximo, assim reza a visão tradicional, ele parece apenas fazer uma menção desse paradoxo nas Refutações sofísticas, Capítulo 25, talvez esboçando a sua solução. O meu intento, no presente artigo, é desafiar essa opinião geral mostrando que o Estagirita fornece uma explicação implícita para (...) duas versões do paradoxo do mentiroso, a saber, a versão autorreferencial (que pode ser apresentada pela declaração: “esta declaração é falsa”), e a versão anafórica (que pode ser apresentada por meio de duas declarações mutuamente referentes como estas: “a próxima declaração é verdadeira” e “a declaração anterior é falsa”). A minha alegação é que a solução aristotélica para essas duas versões do paradoxo encontra-se no núcleo de sua refutação de duas teses, as quais denominei como tese da synalethia (que defende que toda declaração é verdadeira) e como tese da sympseudia (que defende que toda declaração é falsa). Tal refutação é realizada no oitavo capítulo do quarto Livro da Metafísica, um texto até agora subestimado pelos intérpretes modernos, mesmo sendo a parte final de um dos mais importantes escritos de Aristóteles. A solução aristotélica, assim defendo, é levada a cabo por meio dos seguintes princípios: (i) toda declaração é sempre precedida por um operador de verdade da forma ‘é verdade que...’, ou seja, toda declaração, qualquer que seja o que ela possa declarar a mais, primariamente assevera a sua própria verdade; e, em conformidade com o princípio anterior, (ii) toda declaração que assevera a sua própria falsidade ou acarreta a verdade de sua contraditória é necessariamente falsa. Através desses princípios, a refutação de Aristóteles da synalethia e da sympseudia é bem-sucedida. Mostrarei que obtemos uma boa solução para as versões do mentiroso acima mencionadas (e implicitamente presentes nas posições refutadas), apenas aplicando esses mesmos princípios a elas. Esse tipo de solução ao mentiroso tanto quanto para as teses antes citadas é muito parecido com aquele explicitamente encontrado nas obras de diversos filósofos, a saber, Guilherme de Sherwood, Tomás Bradwardine, João Buridano, Alberto da Saxônia, Paulo Venetus, Charles S. Peirce e Arthur Prior. Assim, também defendo que essa linhagem tem as suas raízes na solução de Aristóteles. (shrink)

Entre o verbete sobre economia política, de 1755, e o Contrato social, de 1762, a noção rousseauniana de lei passa de “voz celeste” para “declaração da vontade geral”. Pretende-se defender aqui a proposição de que tal mudança na definição de lei de um escrito para o outro não implica contradição. Para tanto, será analisada a presença da imagem da “lei acima dos homens” em diversos textos do Cidadão de Genebra, sobretudo no capítulo “Do legislador” no livro II do (...) Contrato, a fim de mostrar-se que ela corresponde a um mesmo princípio de oposição entre a liberdade, associada ao dever de obediência, e a escravidão, associada ao impulso das paixões, express. (shrink)

Os ensinamentos de Jacques Maritainpara com os direitos humanosafirmam a dignidade humana como um valor caríssimo a ser preservado, bem como a liberdade da pessoa humana. Nessa vereda, o ser humano é reconhecido como tal pela sua natureza, portanto, sujeito de direitos e deveres. Com isso, a pessoa humana, dotada de razão, deve ser capaz de viver emsociedade de forma harmônica, buscando o bem comum e fazendo uso do direito, além dopositivismo, ou seja, fundamentando-se na Lei Natural. Primou-se pela utilização (...) do método dedutivo e técnicas de coleta de dados bibliográficos, documentaise via internet. (shrink)

PRINCÍPIO DA COMPLEMENTARIDADE RECURSAL APÓS DECISÃO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: GARANTIA DO CONTRADITÓRIO EM OPOSIÇÃO À PRECLUSÃO CONSUMATIVA.

Tradução de: RICOEUR, Paul. Déclaration universelle des droits de l’homme : un nouveau souffle. ACAT , janv./fev., p. 21-22, 1999.

Este artigo se inicia com a declaração de Díez e Moulines, segundo a qual é preferível dizer ‘família semanticista’ e não ‘concepção semanticista’, desde que, entretanto, os membros dessa família partilhem uma estratégia modal de apresentação e análise das teorias e, claro, de problemas metafóricos ligados a eles, ainda, entre eles não deve haver qualquer unanimidade em relação à natureza dos modelos. O estruturalismo, por exemplo, pensa os modelos como estruturas de conjunto teórico , enquanto para van Fraassen elas (...) são ‘pontos’ ou ‘trajetórias em fase de espaço’. Assim, o objetivo do presente trabalho consiste em pesquisar como é considerada a noção de modelo nesses dois membros da família semanticista, a despeito de sua relação em sua formulação inicial This article begins with the statement of Díez and Moulines, in which it is preferable to say ‘semanticist family’ and not ‘semanticist conception’, since, even though, the members of this family share a modal strategy of presentation and analysis of the theories and, of course, of metatheoric problems linked to them, also, between them there is no unanimity in relation to the nature of the models. Structuralism, for example, thinks in the models as structures of theory set , while for van Fraassen are ‘points’ or ‘trajectories in space phase’. Therefore, the aim of this paper consists to research how in these two members of semanticist family is assumed the notion of model, despite its relationship in its initial formulation. (shrink)

RESUMO A partir da perspetiva de uma análise crítica do discurso, este artigo analisa a questão da autenticidade nos atos discursivos de expiação política. O objetivo é estudar de que forma a autenticidade dos atos discursivos de expiação política pode ser avaliada através de estratégias de reelaboração do passado empregadas em discursos de penitência. O artigo enfrenta a seguinte pergunta de pesquisa: de que forma estratégias de reelaboração do passado influenciam na autenticidade de um ato discursivo de expiação política? O (...) artigo analisa uma declaração de 2015 proferida por Shinzo Abe, antigo primeiro-ministro do Japão, e argumenta que, no seu ato discursivo de expiação política de 2015, ele desenvolveu uma estratégia de cancelamento da memória histórica nipónica. Tal estratégia impediu que a declaração de 2015 de Shinzo Abe fosse considerada um genuíno ato discursivo de expiação política. (shrink)

Universal Declaration of Human Rights anniversary: More shame than glory? Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos: mais pena que glória? Para citar esta editorial / to reference this editorial / para citar esta editorial Gamboa-Bernal GA. Aniversario de la Declaración Universal de los Derechos Humanos: ¿más pena que gloria?. Pers Bioet. 2019; 23: 6-13. DOI: https://doi.org/10.5294/pebi.2019.23.1.1.

Este trabalho apresenta uma tradução, do grego, do capítulo primeiro da carta de Paulo, aos romanos, a partir do texto crítico de Westcott e Hort, de 1885, com uma significativa divergência, em relação às versões, em inglês, King James e NIV1, em português, ACRF2, ARIB3, Católica, NVI4 e Bíblia de Estudo de Genebra, e, em alemão, Luther. As razões dessa tradução estão comentadas em diversos temas, agrupados em quatro partes: Romanos 1:1-7, Romanos 1:8-14, Romanos 1:15-23 e Romanos 1:24-32. Esse (...) comentário é baseado numa breve contribuição do pensamento grego, do contexto de Habacuque, e numa interpretação tematicamente mais coesa que a apresentada pelo comentário de William Hendriksen. Esses temas, por sua vez, envolvem desde questões tradicionais, já bem conhecidas, como o serviço apostólico de Paulo, o nascimento de Jesus, bem como seu senhorio e filiação divina “em poder”, após a ressurreição, assim como a ideia do justo que vive pela fé, a justiça, a ira e a glória de Deus, assim como “novos” temas envolvendo a etnia cristã, o “batismo” final de Jesus, o conhecimento comum, a capacidade eterna, a atividade divina e a concessão de Deus, entre outros. (shrink)

A huge bestseller in Europe, Frederic Lenoir’s Happiness is an exciting journey that examines how history’s greatest philosophers and religious figures have answered life’s most fundamental question: What is happiness and how do I achieve it? From the ancient Greeks on—from Aristotle, Plato, and Chuang Tzu to the Buddha, Jesus, and Muhammad; from Voltaire, Spinoza, and Schopenhauer to Kant, Freud, and even modern neuroscientists—Lenoir considers the idea that true and lasting happiness is indeed possible. In clear language, Lenoir concisely surveys (...) what the greatest thinkers of all time have had to say on the subject, and, with charming prose, raises provocative questions: · Do we have a duty to be happy? · Is there a connection between individual and collective happiness? · Is happiness contagious? · Is there a difference between pleasure and happiness? · Can unhappiness and happiness coexist? · Does our happiness depend on our luck? Understanding how civilization’s best minds have answered those questions, Lenoir suggests, not only makes for a fascinating reading experience, but also provides a way for us to see us how happiness, that most elusive of feelings, is attainable in our own lives. (shrink)

The rise of modern natural sciences was based on the belief that knowledge about nature would increase steadily and that sooner or later it would prove useful for people and society. How these expectations shaped the self-image and the development of the natural sciences is the subject of this book. It turns out that expectations have repeatedly changed: from the universal ideal of utility of the 17th and 18th centuries to the promise of technical progress that is decisive today. The (...) unshakable belief in the usefulness of the natural sciences has always been accompanied by the insight that progress in knowledge can only be guaranteed if research is not based solely on short-term needs. In her story of the modern understanding of science, Désirée Schauz draws a bow from early modern natural research to the natural sciences of the 20th century. With its long-term perspective and its conceptual historical instruments, this book not only makes an important contribution to the modern history of science, but also provides a historically sound basis for current debates on science and innovation policy."-- publisher's website. (shrink)

"Manuel DeLanda is a distinguished writer, artist and philosopher. In his new book, he offers a fascinating look at how the contemporary world is characterized by an extraordinary social complexity. Since most social entities, from small communities to large nation-states, would disappear altogether if human minds ceased to exist, Delanda proposes a novel approach to social ontology that asserts the autonomy of social entities from the conceptions we have of them." Editorial.

The introduction of genomics and biobanking methodologies to the African research context has also introduced novel ways of doing science, based on values of sharing and reuse of data and samples. This shift raises ethical challenges that need to be considered when research is reviewed by ethics committees, relating for instance to broad consent, the feedback of individual genetic findings, and regulation of secondary sample access and use. Yet existing ethics guidelines and regulations in Africa do not successfully regulate research (...) based on sharing, causing confusion about what is allowed, where and when. In order to understand better the ethics regulatory landscape around genomic research and biobanking, we conducted a comprehensive analysis of existing ethics guidelines, policies and other similar sources. We sourced 30 ethics regulatory documents from 22 African countries. We used software that assists with qualitative data analysis to conduct a thematic analysis of these documents. Surprisingly considering how contentious broad consent is in Africa, we found that most countries allow the use of this consent model, with its use banned in only three of the countries we investigated. In a likely response to fears about exploitation, the export of samples outside of the continent is strictly regulated, sometimes in conjunction with regulations around international collaboration. We also found that whilst an essential and critical component of ensuring ethical best practice in genomics research relates to the governance framework that accompanies sample and data sharing, this was most sparingly covered in the guidelines. There is a need for ethics guidelines in African countries to be adapted to the changing science policy landscape, which increasingly supports principles of openness, storage, sharing and secondary use. Current guidelines are not pertinent to the ethical challenges that such a new orientation raises, and therefore fail to provide accurate guidance to ethics committees and researchers. (shrink)

O objetivo central do artigo é apresentar alguns aspectos históricos sobre as relações entre a Igreja Católica Romana e os denominados “direitos humanos”. A Igreja, uma das instituições que mais sentiu os impactos da ascensão e consolidação do Estado liberal moderno, visto que não só sua doutrina era combatida, mas também e principalmente seu poder temporal, posicionou-se inicialmente de forma bastante crítica em relação aos “novos direitos” que surgiam, contrapostos a uma visão de mundo marcada particularmente pela noção de que (...) a ordem social deveria refletir política e juridicamente a ordem divina. Ao analisar algumas obras escritas no período imediato da Revolução Francesa e alguns documentos pontifícios do século XIX e XX, é possível observar que, desde a _Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão_ de 1789 até o pontificado de João XXIII, emergiram novas interpretações dos direitos humanos, um dos pontos fundamentais no qual a Igreja passa a dialogar com a modernidade política. Tendo isso em vista, o artigo, num primeiro momento, abordará, a partir de um perspectiva de longa duração, as raízes filosóficas do direito subjetivo, base fundamental do direito à liberdade de consciência e o contexto do surgimento do Estado liberal. Num segundo, as relações entre o catolicismo e os direitos humanos, os antagonismos e as aproximações, partindo de uma análise dos documentos magisteriais e também de obras de teólogos católicos que já naquele período buscavam pontes entre seus artigos e alguns pontos da doutrina cristã. (shrink)

La contribution de Michel Troper à la théorie générale du droit et à la théorie constitutionnelle est aujourd'hui reconnue et célébrée un peu partout dans le monde. Un talent d'architecte se tient à l'origine de cette audience rarement égalée dans la sphère francophone : celui qu'il faut pour accommoder toutes les exigences, quel que soit l'ordre de valeur dans lequel on les trouve : originalité, rigueur, souci de la fonction, esthétisme, solidité, adaptation, intelligence, inquiétude, esprit critique, renoncement, réalisme... A ces (...) mérites, on ajoutera une curiosité insatiable, un goût prononcé pour l'échange et le débat, un refus distingué de l'académisme, un sens exigeant de l'amitié et une méfiance profônde pour les adjectifs... C'est cet édifice de qualités que les élèves, collègues et amis de Michel Troper sont heureux de célébrer en lui offrant ces Mélanges. (shrink)

Normativity concerns what we ought to think or do and the evaluations we make. For example, we say that we ought to think consistently, we ought to keep our promises, or that Mozart is a better composer than Salieri. Yet what philosophical moral can we draw from the apparent absence of normativity in the scientific image of the world? For scientific naturalists, the moral is that the normative must be reduced to the nonnormative, while for nonnaturalists, the moral is that (...) there must be a transcendent realm of norms. _Naturalism and Normativity_ engages with both sides of this debate. Essays explore philosophical options for understanding normativity in the space between scientific naturalism and Platonic supernaturalism. They articulate a liberal conception of philosophy that is neither reducible to the sciences nor completely independent of them—yet one that maintains the right to call itself naturalism. Contributors think in new ways about the relations among the scientific worldview, our experience of norms and values, and our movements in the space of reason. Detailed discussions include the relationship between philosophy and science, physicalism and ontological pluralism, the realm of the ordinary, objectivity and subjectivity, truth and justification, and the liberal naturalisms of Donald Davidson, John Dewey, John McDowell, and Ludwig Wittgenstein. (shrink)

Premiere traduction francaise etablie sur l'edition critique du texte latin, cet ouvrage rend accessible a un plus large public la Summa de anima de Jean de la Rochelle qui revet un triple interet. Elle offre d'abord une presentation magistrale de l'enseignement portant sur l'ame dans les annees 1230-1235 a Paris. Elle permet de la sorte d'evaluer l'etat de la reflexion sur l'ame a l'oree de du travail de reinterpretation de l'aristotelisme tel que le vehiculait la tradition greco-arabe par Albert le (...) Grand et Thomas d'Aquin. Elle constitue enfin une tentative, emanant d'un des premiers maitres en theologie franciscains, d'integration de la philosophie greco-arabe (notamment celle d'Avicenne, qui rencontre ici le Pseudo-Augustin, Augustin, Jean Damascene et Philippe le Chancelier) a la reflexion theologique. Ce texte prepare ainsi les grandes syntheses des Sommes posterieures au premier rang desquelles figure evidemment la Summa fratris Alexandri qui incorpore, au livre II, des chapitres entiers. (shrink)

The Future of Man is a magnificent introduction to the thoughts and writings of Pierre Teilhard de Chardin, one of the few figures in the history of the Catholic Church to achieve renown as both a scientist and a theologian. Trained as a paleontologist and ordained as a Jesuit priest, Teilhard de Chardin devoted himself to establishing the intimate, interdependent connection between science—particularly the theory of evolution—and the basic tenets of the Christian faith. At the center of his philosophy was (...) the belief that the human species is evolving spiritually, progressing from a simple faith to higher and higher forms of consciousness, including a consciousness of God, and culminating in the ultimate understanding of humankind’s place and purpose in the universe. The Church, which would not condone his philosophical writings, refused to allow their publication during his lifetime. Written over a period of thirty years and presented here in chronological order, the essays cover the wide-ranging interests and inquiries that engaged Teilhard de Chardin throughout his life: intellectual and social evolution; the coming of ultra-humanity; the integral place of faith in God in the advancement of science; and the impact of scientific discoveries on traditional religious dogma. Less formal than The Phenomenon of Man and The Divine Milieu , Teilhard de Chardin’s most renowned works, The Future of Man offers a complete, fully accessible look at the genesis of ideas that continue to reverberate in both the scientific and the religious communities. (shrink)

Stephen Hetherington é um dos mais proeminentes epistemólogos a defender que é possível ter conhecimento segundo as condições de crença verdadeira e justificada, apesar dos contraexemplos elaborados por Edmund Gettier. Ele fundamentou sua perspectiva no pressuposto de falibilidade do conhecimento e naquilo que ele chamou de "falácia de contrafactuais epistêmicos", segundo a qual não se deve assumir impossibilidade do conhecimento factual apenas em virtude da sua impossibilidade contrafactual - o que é reiterado por Anthony Booth. As críticas apresentadas por Brent (...) Madison, John Turri e Duncan Prtichard apontaram para a relevância das suas ideias, mas também para o fato de que Hetherington ignorou que há diferentes tipos de sorte que podem interferir no processo de aquisição de conhecimento. Palavras-chave: Falácia de contrafactuais epistêmicos. Falibilismo. Infalibilismo. Sorte epistêmica. Stephen Hetherington. (shrink)

Héritier de l'humanisme de la Renaissance et précurseur du siècle des Lumières, Pierre Bayle est un des penseurs les plus originaux de l'âge classique. Protestant exilé aux Pays-Bas, il est devenu un apôtre de la liberté de conscience, et son activité de philosophe, de journaliste et de savant ainsi que sa vaste correspondance lui ont donné un rôle-clé dans l'évolution de la culture européenne. Conjuguant les approches historique, littéraire et philosophique, les auteurs de ce volume réexaminent la vie et le (...) discours de Bayle, les thèmes de son oeuvre et les modalités de leur diffusion. En mettant l'accent sur les informations fournies par la correspondance et sur le rôle de Bayle dans les débats éthiques et métaphysiques de l'époque, ils étudient: l'activité épistolaire, élément historique déterminant mais aussi métaphore d'un penseur toujours en mouvement; la réflexion philosophique et politique sur la tolérance, la liberté, la justice, la vertu - enjeux actuels, notamment dans le domaine de la laïcité; les tensions irréductibles présentes dans le discours baylien sur la raison et la foi, qui refuse toute simplification. Une riche bibliographie qui répertorie plus de 950 titres parus entre 1900 et 2010 complète ce volume, et donne un aperçu de ces champs de recherche en pleine évolution. La pensée de Bayle a rayonné sur l'Europe classique en contribuant à sa 'crise de conscience'; nous en redécouvrons l'étonnante modernité. (shrink)

Este artigo tem como objetivo apresentar um mapeamento do tipo “estado da arte, ou estado do conhecimento” das produções acadêmicas sobre mulheres negras em processo de alfabetização na Educação de Jovens e Adultos. O inventário das produções, que teve como recorte temporal os anos de 2010 até 2020, foi realizado a partir dos catálogos de dissertações e teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), bem como (...) os anais da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (ANPAE) e da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED). Nesse processo, constatou-se que embora tenha ocorrido uma ampliação na produção científica do campo, ainda é insipiente o número de produções que correlacionam a temática da alfabetização de mulheres negras coma EJA. (shrink)

En estos tiempos de orgía cultural generalizada, Biblioclasmo es un texto producto de una tradición escéptica; un tratado de «filología negativa»; un ejercicio de controversia, plagado de consideraciones intempestivas.

RESUMO Os homens, por natureza, desejam conhecer. Sinal disso é o prazer que nos proporcionam os nossos sentidos, pois ainda que não levemos em conta suas utilidades são estimados por si mesmos, destacando-se acima de todos os outros o sentido da visão. Segundo Platão, esta preocupação filosófica sempre foi a razão de ser da filosofia porque o filosofo, amante do conhecimento, busca sempre a verdade. Ele ama o saber. A busca do saber interior exige do filósofo não qualquer conhecimento, mas (...) somente aquele que ele considera como verdadeiro. Invocando as ideias acima externadas, este artigo traduz o expresso objetivo de iluminar os caminhos do leitor na busca desse conhecimento. (shrink)

Given many meanings that the school has adopted for each person, we have found the need to provide some reflections on the subject, supported in a philosophical perspective, in order to enlarge the debate on the values of the school for teachers and students, especially. This brief paper aims to make a cut about the value that the figure of the object "school" has adopted for teachers and students. We refer to the school, involving only the institutions of the levels (...) from elementary to secondary school, not including the institutes or other levels. The work has as scientific foundations philosophical contributions of authors like Herbart, Wittgenstein, MacIntyre, Deleuze, Aristotle, Dewey, Foucault, and orientations coming from the linguistics of Saussure, which supports us in the understanding and management of language. (shrink)

DIREITO E TEATRO: PROPOSTA DE INSERÇÃO DA ARTE DRAMÁTICA COMO MEIO TRANSFORMADOR DA EDUCAÇÃO JURÍDICA.

Discute-se a importância da tese do fim da arte, anunciada por Hegel em suas Preleções sobre a estética, como condição de possibilidade para uma reflexão hermenêutico-filosófica sobre a atualidade do belo. Mesmo considerando-se o conjunto de críticas hermenêuticas dirigidas à estética hegeliana, quando se trata de pensar a arte moderna a tese do “ fim da arte” sobressai como paradigmática, seja no que se refere a interpretação das mudanças das configurações artísticas, seja no tocante à sua ressignificação enquanto um acontecimento (...) e experiência de verdade. Ora, mas o que justifica o diálogo de Gadamer com Hegel quando se trata de pensar a atualidade do belo? Em que medida a tese hegeliana do fim da arte, em seu caráter paradigmático, é compatível com a reflexão hermenêutica da arte como experiência que acontece no médium da linguagem e sob a vigilância da efetividade histórica? Se, por um lado, a sentença do “ fim da arte”, ou mesmo caráter pretérito da arte, nos remete a pensar em sua insuficiência enquanto darstellung, convertendo-a em objeto do pensamento, ou mesmo em sua dissolução em favor da religião e da filosofia, o que no idealismo estético hegeliano apenas pode ser entendido no devir histórico da Ideia; por outro, a referida tese possibilita uma reflexão filosófica da arte que, por sua vez, reivindica uma pretensão de verdade diferente da tradicional. Eis porque, na compreensão gadameriana, a tese hegeliana do caráter passado da arte corresponde a uma pré-formulação acerca de nossas questões sobre a arte quando se trata de repensarmos a atualidade do belo. Ressalta-se que o diálogo hermenêutico entre Gadamer e Hegel só é possível pela evidência de uma proximidade a partir da diferença, e pelo reconhecimento de que em ambos o domínio do belo artístico é tomado enquanto uma declaração atualizada de verdade. (shrink)

The distinction between propositional and doxastic justification is well-known among epistemologists. Propositional justification is often conceived as fundamental and characterized in an entirely apsychological way. In this chapter, I focus on beliefs based on deductive arguments. I argue that such an apsychological notion of propositional justification can hardly be reconciled with the idea that justification is a central component of knowledge. In order to propose an alternative notion, I start with the analysis of doxastic justification. I then offer a notion (...) of propositional justification, intersubjective propositional justification, that is neither entirely apsychological nor idiosyncratic. To do so, I argue that to be able to attribute propositional justification to a subject, we have to consider her social context as well as broad features of our human cognitive architecture. (shrink)