Abstract
In the 20th century the infiltration of scientific elements into philosophical currents not only reached its maximum, but also science itself became a "philosophical factor". We look at these processes in physics starting from the fall of mechanistic philosophy. The advent of relativity theory and quantum mechanics has changed physics as science and raised a host of philosophical questions. Traditionally philosophical questions concerning space, time and causality cannot be any longer considered with no help of these theories. Relativistic cosmology and its observational successes in the last decades of the century, for the first time in the history of human thought, provided a global framework for both science and philosophy. And the current search for the final unifying theory of physics leads directly to the most foundational questions of an ontological character. We argue that the success of the 20th century physics strongly suggests a kind of structuralist ontology. /// No século XX, a infiltração de elementos científicos nas correntes filosóficas não só alcançou o seu máximo, mas também é verdade que a própria ciência se tornou um "factor filosófico". O presente artigo considera estes processos na física, a começar com a decadência da filosofia mecanicista. O advento da teoria da relatividade e da mecânica quântica transformou a física enquanto ciência e levantou uma plêiade de questões filosóficas. Questões tradicionais acerca do espaço, do tempo e da causalidade não podem mais ser consideradas sem o contributo destas teorias. A cosmologia relati-vista e os seus sucessos observacionais nas últimas décadas do século passado, e isso pela primeira vez na história do pensamento humano, fornecem um esquema global tanto para a ciência como para a filosofia. Além disso, a busca corrente de uma última teoria unificadora da física conduz directamente às questões mais fundacionais de carácter ontológico. O autor do artigo defende que os sucessos da física do século XX sugerem fortemente uma espécie de ontologia estruturalista.