Abstract
A intenção do presente artigo é essencialmente responder à pergunta por que é que Hume constitui um claro representante do construtivismo ético. Nesse sentido, o autor começa por demonstrar até que ponto a gnoseologia de Hume determina em grande medida o conteúdo da sua teoria moral. Aquela, bem como a sua aplicação ao campo da moral, origina-se na sua aceitação do nominalismo, tanto em epistemologia como em metafísica. Com efeito, mediante a teoria associacionista das ideias, é possível inferir noções prováveis, pois a repetição de acontecimentos gera o costume e o costume provoca uma crença. Tal como ocorre com os factos comuns, segundo o filósofo escocês, assim também acontece com o mundo das valorações éticas. Assim sendo, afirma Hume, não há demonstração possível de que um facto seja bom ou mau, dado que não se trata de um assunto que se possa dirimir racionalmente. /// What is it that makes David Hume a clear representative ofethical constructivism? His gnoseology outlines most ofthe content of his moral theory, that together with its application to moral, are based in the acceptance of nominalism, both in its epistemology and metaphysics. By analyzing his association theory of ideas, it becomes possible to infer probable notions, since from repetition of events customs are produced, and a custom produces a belief. According to this Scottish philosopher, the some that happens with ordinary actions happens in the world of ethical appreciation. Thus, he states, there is no possible demostration of an action as neither good nor bad, since it is something that cannot be rationally assessed.