Abstract
O presente artigo, tendo por referência principal o Teses Sobre a Filosofia da História, procura abordar o método benjaminiano de restauração anamnésica do passado. Benjamin parte de uma recusa do historicismo positivista, pautado por uma desqualificação do passado e por um emudecimento do que nele permanece irresoluto.Pretere-o em favor de um modelo de resgate das ruínas da história e de invocação dos esquecidos para o campo do presente, recuperados através de uma dialéctica rememorativa entre o agora e o que o precedeu. Este "escovar a história a contrapelo", ao potenciar uma constituição ética do actual, abre espaço à possibilidade de redenção da humanidade no aqui e agora, instituindo cada segundo como "porta estreita" por onde poderá passar o Messias.