Abstract
Mesmo depois de 133 anos do fim da escravidão no Brasil, o racismo ainda estrutura as
relações raciais e sociais no país. Essas relações hierarquizadas operam na manutenção
do racismo e dificultam a mobilidade racial e social da população negra, inclusive nas
instituições de ensino e de trabalho. Nessa direção, este artigo tem como objetivo
compreender se os estudantes do curso de Bacharelado em Secretariado Executivo do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, campus
Cuiabá/Octayde Jorge da Silva, percebem o preconceito racial nos processos seletivos
de vagas de emprego e/ou estágio na área secretarial, em Cuiabá - MT. O aporte teórico aborda sobre o curso de Bacharelado em Secretariado Executivo e o estágio
supervisionado no IFMT, bem como o preconceito racial e a seleção de emprego/estágio
nessa área. A pesquisa tem uma abordagem qualitativa, exploratória e bibliográfica. Para
a coleta de dados foram realizadas entrevistas com estudantes do 4º ao 6º semestre desse
curso no primeiro semestre de 2019. A problemática que inquietou a pesquisa foi: será
que os estudantes com marcas raciais negras (cabelo crespo e pele escura) sofrem
preconceito racial nos processos seletivos? O resultado mostrou que há preconceito
racial contra os portadores dessas marcas raciais mais evidentes nos processos seletivos
para vagas de emprego e/ou estágio na área secretarial. Desse modo, sugere-se mais
ações educativas que valorizem as identidades negras em conjunto entre as instituições
de ensino e as empresas, na tentativa de combater esses preconceitos raciais.