Abstract
A «proto-história» do livro e a história da imprensa foram sobretudo assuntos dos bibliófilos, dos bibliográficos e dos historiadores da literatura, ou seja, de especialistas ambicionando defender uma identidade, ou de distinguir, na massa da produção impressa ao longo dos séculos, o raro, o monumental, o anedótico, o literário... A partir de meados do século XX c com Apparition du Livre (1a Ed. 1958) de Lucien Febvre et Henri-Jean Martin, a história do livro, usufruindo dos desenvolvimentos da sociologia histórica e de conceitos como o de «história das mentalidades», constituiu-se como disciplina pioneira. Com trabalhos como Histoire de l'édition française (1982-1986), Histoire des bibliothèques françaises (1988-1992), Dictionnaire encyclopédique du livre (2002 -...) e outros projectos similares quer na Europa, quer além dela, o livro foi reposicionado, quer quanto à sua produção, quer quanto às práticas associadas, num vasto contexto económico, social, político e cultural. Ao mesmo tempo, as interrogações levantadas pela história do livro foram ao encontro da história da comunicação social e dos media, que hoje se tornaram dominantes.