Abstract
A história do livro é uma invenção alemã nascida das celebrações de Gutenberg, festejadas anualmente naquele país. No último terço do século XIX, em França, Durkheim desenvolveu uma escola sociológica influente que pretendeu anexar a história. Contra o que se opôs um dos seus companheiros da Escola superior normal, Henri Berr. Desde logo acompanhado pelo jovem Lucien Febvre, criou a Revue de synthèse que abriu caminho aos Annales e fundou a colecção da Evolution de L'Humanité, cujos cem volumes deveriam estudar os grandes momentos da história humana. De entre os volumes previstos, figurava um dedicado à Apparition du Livre que demorou a surgir. Paralelamente Berr e Febvre organizaram um trabalho interdisciplinar fecundo, o primeiro com o Centre de Synthése, o segundo com a publicação de uma Encyclopédie française, o que renovou a escola histórica francesa. A Apparition du Livre, publicada em 1959, inscreve-se neste contexto, mas ficou de certa forma incompleta na medida em que se deveria ter inscrito, mais claramente, no quadro de uma história geral das comunicações que se começa hoje a desenvolver.