Abstract

Trata-se aqui de interrogar se a filosofia de Nietzsche é “antimetafísica”. O ponto de partida conceptual para tal pergunta se deve à constatação de que influentes trabalhos estão de acordo, embora sobre ângulos distintos, de que a filosofia de Nietzsche é claramente antimetafísica. Minha hipótese é de que a filosofia de Nietzsche não é, segundo seu próprio ponto de vista conceptual, uma crítica à ideia mesma de uma metafísica. Para justificar tal leitura, reconstituo alguns momentos decisivos da história da crítica da metafísica e, em seguida, explicito qual a posição que Nietzsche parece ocupar nessa tradição. Meu objetivo específico é desvincular Nietzsche de uma interpretação que tenta pensá-lo como um “relativista” ou “irracionalista” ou defensor de uma ética redutível a uma estética. Meu objetivo mais geral é pensar a metafísica como uma das formas mais autênticas da atividade filosófica.