Abstract
O presente artigo tem por pretensão central discutir alguns aspectos fundamentais da crítica de Nietzsche à metafísica, já nas suas primeiras reflexões filosóficas. Para tanto, serão mobilizados alguns de seus principais argumentos contra o estabelecimento da vontade como coisa em si no pensamento de Arthur Schopenhauer, e, por conseguinte, contra o próprio estatuto da metafísica nesta filosofia, de tal modo que se possa demonstrar as soluções encontradas pelo próprio autor a favor da possibilidade da metafísica. O artigo conta ainda, desse modo, poder contribuir para as discussões em torno da relação entre reflexões privadas e textos publicados do filósofo alemão, na medida em que defende a tese de que a partir de uma análise da crítica à metafísica em suas anotações pessoais se pode compreender os germes da mudança de postura em relação à mesma em seus textos publicados.