Ao pesquisar a realidade educacional contemporânea é preciso conceber que os desafios que atingem a práxis pedagógica em sala de aula se apresentam de forma multifacetada e complexa. Pensar a atuação docente se mostra cada vez mais desafiadora e prescinde de problematizações que auxiliem no enfrentamento das dificuldades. Assim, a presente pesquisa trata da temática acerca do diálogo como um princípio ético na prática pedagógica em sala de aula, com ênfase na concepção dos docentes da Escola X. Tratando-se de uma (...) pesquisa de cunho analítico-hermenêutico, é adotada a metodologia da observação participante, realizada om observações diretas, em atividades cotidianas, na escola indicada, nas quais buscou-se evidenciar o conceito de diálogo de Paulo Freire (1981) e de sua função primordial na relação professor/aluno. Assim, o problema de pesquisa localizou-se na seguinte questão: é possível exercer o diálogo como um princípio ético na concepção dos docentes da Escola X? Assim, com justificativa no fomento ao debate acerca de princípios éticos na prática pedagógica, presentes nos escritos de Elli Benincá (2010) que devem ser assumidos pelos docentes em seu fazer diário, pode-se observar que embora desejável na teoria, o diálogo nem sempre é exercido na pratica cotidiana em sala de aula. No entanto, entendemos que sua compreensão conceitual e seu efetivo exercício por parte dos docentes, de forma a preservar princípios éticos, pode propiciar um sentimento de esperança ao crer no diálogo como possibilidade de superar o modelo "bancário" de educação, transformando a sala de aula em um lugar de troca de saberes e de emancipação individual e coletiva. (shrink)

Este artigo apresenta uma proposta de vivência da democracia na escola discutindo num primeiro momento a relação entre educação escolar e democracia a partir de Biesta e, num segundo momento, a proposta de educação formulada por Dewey em Democracia e educação. Em seguida, abordando a obra de Joseph Püig et al., Democracia e participação escolar, trata das características da escola democrática e de como elas podem efetivar-se no cotidiano escolar.

No contexto da pandemia, vivemos a incerteza de quando a vida tornará a sua normalidade. Esse momento de incerteza nos impulsiona a reflexão sobre o atual cenário, os desafios e possibilidades dessa nova forma de viver. Pensando nisso, o presente estudo de cunho bibliográfico hermenêutico busca refletir acerca da prática pedagógica e do ensino de filosofia no atual contexto, atendo-se aos seguintes problemas: é possível uma prática pedagógica de qualidade em meio a esse cenário? De que modo o ensino de (...) filosofia pautado na reflexão pode ser possível na modalidade à distância? Para dar conta de tais questões, buscamos nas reflexões de Antunes Neto (2020) e Barreto; Rocha (2020), o diálogo acerca da possibilidade da prática pedagógica em tempos de pandemia, assim como a possibilidade do ensino de filosofia por meio da reflexão presente nos escritos de Trombetta (2013). (shrink)

A Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96 inseriu a Filosofia nos currículos do Ensino Médio com o indicativo de interdisciplinaridade, permanecendo em aberto questões acerca de como fazer com que a Filosofia potencialize a experiência interdisciplinar. Com o objetivo de correlacionar interdisciplinaridade e Filosofia, o artigo resulta de uma análise hermenêutica que confronta reflexões de Hannah Arendt sobre a crise na educação e a proposta da comunidade de investigação de Lipman. Parte da noção de que em meados do século XX, (...) a educação tradicional foi substituída pela pedagogia progressista e a educação passou a ser pensada como ciência do ensino em geral, a fim de atender à dinâmica do avanço científico e tecnológico. A visão analítica e linear das especialidades não responde satisfatoriamente às demandas atuais de uma ciência complexa, articulada e em rápida transformação. Diante do requisito interdisciplinar da ciência, o específico da Filosofia é a problematização e a sistematização do filosofar; de mediação entre as disciplinas, em virtude da dimensão holística de seus conteúdos, e de vigilância epistemológica como recurso de revisão e atualização dos saberes. Palavras-chave: Interdisciplinaridade. Filosofia. Ciência. Crise na educação. Comunidade de investigação. (shrink)

Walter Benjamin fala da experiência como sendo o tipo de sabedoria que resulta do encontro de práticas individuais com o horizonte de sentido fornecido pela vida comunitária. Mas esse encontro tem se tornado mais difícil a partir do desenvolvimento da sociedade capitalista moderna. As novas dinâmicas de trabalho, somadas ao ritmo acelerado da vida urbana, favorecem o isolamento dos indivíduos e deturpam sua capacidade de filtrar, significativamente, os eventos que se acumulam no cotidiano. Muitas coisas acontecem, mas muito pouco permanece (...) desses acontecimentos. A experiência dá lugar, assim, à mera vivência. Diferentemente da experiência, que se articula a partir do fundo significativo de uma comunidade e se torna significativa em relação a ela, a vivência se constitui como um momento privado. A vivência não conecta os indivíduos à vida da comunidade, à tradição, e nisso reside sua pobreza. Pobreza de experiência é, portanto, pobreza cultural, carência de perspectivas mais amplas que possam apoiar uma avaliação significativa das vivências; em suma, incapacidade de aprender. Diante desse contexto, o presente ensaio busca enfatizar o impacto negativo da pobreza de experiência à constituição da subjetividade do indivíduo contemporâneo e assinalar a possibilidade de fazer frente a esse quadro de empobrecimento a partir de uma ideia de educação voltada à formação integral, que, mesmo diante do apelo crescente do conhecimento técnico-científico especializado, não abra mão do ensino das humanidades. Nessa linha, defende-se a tese de que as disciplinas de formação humanística, como Artes, Literatura, Filosofia, cumprem um papel de destaque no desenvolvimento das condições necessárias à realização de experiências, no sentido específico descrito por Benjamin. O ensaio, de cunho bibliográfico-hermenêutico, se apresenta como uma contribuição para pensar nos atuais desafios educacionais. Palavras-chave: Experiência. Pobreza de experiência. Walter Benjamin. Educação. Educação humanística. (shrink)

Normal 0 0 1 91 520 .. 4 1 638 11.1280 0 14 0 0 Moving among historical material and contemporary debates on xenophobia and war, this paper is an exploration of the self-representation “ Italiani Brava Gente ”, an image claiming the intrinsic goodness of the Italian people. Originated during the first Italian colonial enterprises, it has been used also for overcoming the horrors of Fascism and is evoked in contemporary Italy too for justifying traumatic and violent events. Functioning (...) as an ideological laundry for reformulating and then setting aside disquieting moments of national shame, “ Italiani Brava Gente ” is central to the construction of a modern Italian identity. (shrink)

In romantic relationships, individual differences are determinant factors for relational quality. Specifically, romantic attachment and difficulties in emotional regulation influence each other and may have predictive potential for the perceived dyadic adjustment level. This paper aims to identify the developmental parallel between behavioral patterns built since childhood and the construction of the emotional regulation skills that characterize them. Our analysis was based on the attachment theory and the concepts of romantic relationship and DA. In this way, we sought to further (...) the understanding of relationship dynamics, beyond the usual focus on a single element and on associative relationships, and by exploring other effects among the different dimensions of relational functioning. In particular, we explored the predictive ability of emotional regulation patterns in discriminating between RA styles, and their impact on the quality of romantic relationships, in the anticipation of dyadic adjustment variations. (shrink)

É preciso refletir sobre a formação do professor de Filosofia. É necessário olhar a própria prática dos cursos, o perfil dos alunos que os estão freqüentando, a inserção desses estudantes nas escolas, o tipo de Filosofia que nelas está sendo trabalhada, a receptividade que a Filosofia está tendo, os livros didáticos de Filosofia e o seu uso.

Interactive narratives are inextricable from the way that we understand our encounters with digital technology. This is based upon the way that these encounters are processually formed into a narrative of episodic events, arranged and re-arranged by various levels of agency. After describing past research conducted at the iCinema Research Centre at the University of New South Wales, this paper sets out a framework within which to build a relational theory of interactive narrative formation, outlining future research in the area.

As crenças fazem parte de um sistema conceitual que se forma na infância e é refinado e estabelecido ao longo da vida. O presente estudo investiga associações entre crenças básicas e bem-estar pessoal em 1.588 adolescentes brasileiros, meninos e meninas com idade entre 12-16 anos (M= 14,13; DP=1,26)..

Esse artigo tem como objetivo investigar o ensino de filosofia e sua inserção e retirada do currículo da educação ao longo da história da educação no Brasil. A pesquisa é documental e bibliográfica e tem como referência teórica o método materialista histórico e dialético. Para a discussão a história da educação utilizamos as obras de Saviani (2007), para a discussão sobre ensino de filosofia no Brasil, utilizamos as obras de Ceppas (2010), Fávero (2004), Jaime (1997), Belieri e Sforni (2012/2013). (...) A discussão sobre o Estado e as questões ligadas à educação no contexto econômico e político, foram embasadas em Marx e Engels (2001), Carnoy (1984), Deitos (2008), Bruno (2001), Prado Jr (1998) e Tonet (2005). O Ensino de Filosofia esteve presente na educação brasileira, desde a chegada dos jesuítas, voltado à formação da elite. Ao longo da história da educação no Brasil, o ensino de filosofia não se consolidou no currículo, sendo até mesmo proibido na ditadura militar. Seu retorno, pós ditadura militar, aconteceu em 2008, garantido por lei. Em 2016, com a MP 746 (Lei 13.415/2017) a obrigatoriedade foi revogada. Conclui-se, dentre outras questões, que a entrada e saída do ensino de filosofia do currículo, está ligada aos interesses governamentais, às questões econômicas e políticas, bem como às contribuições da filosofia para a formação de estudantes críticos e pensantes, e para a compreensão da realidade e da inserção em sua transformação. (shrink)

Digital media seem to be marked by process. The digital image itself is produced by software processes and the constant flux of code. Further this, interaction with digital systems involves a constant process by which a so-called 'user' comes into contact with various machinic occasions. It seems that in light of these processes it is impossible to maintain an aesthetic or media theory that pictures a self-contained and psychologised subject interacting with a static and inert object. How then can we (...) begin to think about digital aesthetics through a process philosophy rather than the traditional and reductive subject/object distinction found in so much aesthetic theory? This paper seeks to address this problem by enacting Alfred Whitehead's process philosophy, informed by Gilles Deleuze, Isabelle Stengers and Steve Shaviro and work it through several examples of recent manifestations of interactive media art, including work by Martin Wattenberg, Dennis Del Favero, Jeffrey Shaw and Peter Weibel. I work Whitehead's process philosophy through these artworks to illustrate the performative nature of software processes and the manner in which these processes affect the aesthetics of interaction. I also use these works to illustrate a concept of interaction that privileges process and events rather than a concept that focuses upon an individual human user. In this paper I propose to view the 'user' as a set of occasions – as a particular condition that is produced by various user-initiated actions – rather than an enduring subject that is able to distance herself from the object of aesthetic contemplation. By doing this I move toward a theory in which user-occasions, machine-occasions and their interpenetration actualise the aesthetics of media art. Whitehead allows me to think outside of the binary oppositions that divide the world into knower/known or subject/object relationships. Throughout the argument I unpack Whiteheadian concepts such as actual entities, the unison of immediate becoming and, in general, the primacy of the event, bringing these concepts to bear on individual case studies of interactive media art. Whitehead's general thesis is that materiality and permanence are created by a continual process. Viewing the digital encounter through this theoretical framework I position the aesthetic experience of interaction as that which emerges from the fluctuations of process. The event of interaction is a necessarily hybrid process in which human occasions become supplemented by technology and the aesthetic event becomes innately coupled to the processes of the machine. In this paper I am not interested in any notion of consciousness or a psychologised human 'user', rather I am interested in a particular condition that takes place as user-initiated processes work with machine-initiated processes. This is because, for Whitehead, process comes before consciousness; it is the process of actual entities that prompt the consciousness into being. In this paper I thus propose interaction with digital systems as the commingling of contemporary actual occasions, shifting emphasis from a conscious human user and instead focusing on the process of the encounter that precedes this conscious experience. (shrink)