Abstract
RESUMO Este texto delineia, a partir de Foucault, Fassin, Rancière e Butler, a existência de um enquadramento biopolítico de cidadãs e mulheres empobrecidas no contexto da implementação de políticas sociais. A reflexão aqui desenvolvida apresenta resultados parciais de projeto de pesquisa desenvolvido com apoio do CNPq, no qual são analisadas 150 imagens relacionadas ao Programa Bolsa Família, reunidas entre os anos de 2003 a 2015, publicadas nos veículos Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, O Globo, Veja e IstoÉ. O argumento central é que esse enquadramento envolve a produção de narrativas que traçam distinções entre modos de vida considerados “dignos” e outros não, ressaltando situações de vulnerabilidade da vida e da governamentalidade que formata cenas de aparência, preparando-as para definir cidadãos e grupos exemplares a partir de determinados parâmetros de consideração e apreciação. ABSTRACT From the perspectives of Foucault, Fassin, Rancière and Butler, this paper outlines the existence of a biopolitical framing in press pictures of impoverished women included in the Bolsa Familia social project. The present reflection is based on the partial results of a research project developed with the financial support of CNPq in which we analyze a total of 150 pictures related to the Bolsa Família Program. They were collected from the newspapers Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, and the magazines Veja and IstoÉ from 2003 to 2015. We argue that the biopolitical framing involves the production of narratives that distinguish ways of life that are “dignified” from those that are not. It also highlights situations of vulnerability and governmentality that shape appearances and prepare them to define citizens and exemplary groups, using certain parameters for consideration and appreciation.