Abstract
O presente texto pretende discernir quer o método quer o conteúdo do Pensamento Novo de Franz Rosenzweig. Do ponto de vista metodológico, o autor do artigo chega à conclusão de que o "método Judaico" da Estrela da Redenção simplesmente "reflecte" a experiência por Rosenzweig do facto de, pura e simplesmente, se achar Judeu. Com efeito, para o pensador hebreu, "modo de pensar" e "modo de viver" não se podem separar um do outro. Ora é precisamente aí que se dá a fundamentação "filosófico-teológica" desta experiência no sentido de uma relação fraternal entre as duas ciências. No essencial, porém, coloca-se a seguinte questão: No momento em que a obra Estrela da Redenção recorda ao leitor a existência de "algo vivente" e o despede em "direcção à vida" (ins Leben), de que vida é que propriamente se fala aqui? A "fé" na criação por Deus de factos é, para Rosenzweig, a resposta; mas o seu objectivo é conduzir-nos ao acatamento desta "factualidade". Nesta medida, Rosenzweig interpreta a "Factualidade" da própria Verdade como "verdade criada". Deus sela com o "Beijo" o "e" presente em "Morte e Vida" enquanto verdade criada do ser humano e, com isso, ao mesmo tempo, como aquela verdade que deixa ao ser humano a possibilidade de ser Sua criatura. E o ser humano dá o seu assentimento veritativo ao facto de que assim é. Mostra-se, deste modo, até que ponto o ser humano permanece no âmbito daquilo que lhe é próprio sem, contudo, nisso deixar de ser "coisa de Deus", Sua criatura. /// The article deals with method and subject matter of Franz Rosenzweig's New Thinking. As for the former, it can be seen that the "Jewish method" of the Star of Redemption "reflects" Rosenzweig's experience of the "fact" that he is a Jew. For him, "way of thinking" and "way of life" are inseparably connected. This very connection forms the "philosophical-theological" foundation of the named experience in the sense of the "siblinghood" of both disciplines. As for the subject matter, the article asks what sort of life is meant when the Star reminds the readers of "something living" and, at the end, dismisses them "into life". Rosenzweig's answer is the "belief" in the "createdness of facts by God"; his aim is to guide the reader into the "acceptance" of the "so it is" of this "factuality". Thus, Rosenzweig points out the "factuality" of truth itself as being "created truth ". By means of the "kiss" God seals the "and" of "death and life" as the creaturely truth of man and at the same time as that truth which lets man be "His" creature. In answer to this, man speaks his confirming adherence "verily". He thereby not only "keeps to" his own but also remains God's property, "His".