Abstract
Resumo: A proposta do trabalho é analisar a história da separação dos campos conceituais de cunho epistemológico daqueles de cunho axiológico durante o final da idade moderna e sua recepção crítica na contemporaneidade. A extensão do tema implica cortes metodológicos para viabilizar a execução da pesquisa e estes resultam na escolha de dois filósofos relevantes e interligados: Immanuel Kant como representante do final da modernidade e cujo pensamento fundamenta a perspectiva contemporânea sobre a relação entre ciência e moralidade; e Martin Heidegger, pensador contemporâneo, profundo leitor e crítico da obra kantiana bem como de sua recepção no início do século XX. A trajetória percorrida no texto explora os aspectos da epistemologia kantiana como articulação simétrica de sua moralidade, porém em um campo de decidibilidade sobre teorias. A moralidade por sua vez implica uma fundamentação prática que extrapola o paradigma de decidibilidade em favor de um pragmatismo de fundamentação metafisica. A leitura heideggeriana explora a construção desta simetria através da pretensa insuficiência do pilar conceitual dos dois campos: a subjetividade. A tentativa heideggeriana coloca a necessidade de pensar radicalmente o lugar do sujeito, tanto do conhecimento quanto da ação. A apresentação do problema de cisão entre epistemologia e axiologia em Kant e a proposta heideggeriana de re-união dos campos epistemológico e axiológico numa raiz originária de cunho ontológico é a trajetória que se busca explanar e analisar neste trabalho.