Abstract
O presente artigo é uma crítica à interpretação rortyana de Dewey. Nosso propósito é argumentar que as hipóteses de Rorty sobre o pragmatismo deweyano não podem ser confirmadas. Existem diferenças significativas entre a filosofia de Dewey e o neopragmatismo de Rorty. Nesse sentido, faremos objeções a alguns conceitos que aparecem na apropriação rortyana da filosofia de Dewey, a saber, a ideia do fim da filosofia, o relativismo expresso em sua crítica à ciência e a teoria conversacionalista como substituta da epistemologia. Argumentaremos, especialmente, contra a proposta de Rorty, em que o conceito de linguagem tomaria o lugar do conceito de experiência na obra de Dewey. Assim, apresentaremos a metafísica empírica de Dewey em toda a sua especificidade, mostrando a inadequação da interpretação rortyana, condição que nos ajudará a confirmar o caráter não-rortyano da filosofia de Dewey.