Abstract
Este artigo propõe investigar o confronto de Jürgen Habermas com Immanuel Kant e Carl Schmitt sobre os fundamentos de um projeto jurídico-político cosmopolita. Para isso, percorrendo o trajeto de Habermas entre A inclusão do outro (1996) e Sobre a constituição da Europa (2011), explora-se como ocorre esse enfrentamento e qual seu papel estratégico na conformação de um modelo jurídico-político pós-nacional. Diante disso, nota-se que Habermas, ao reivindicar o legado kantiano, tem de enfrentar os contrapontos teóricos levantados pelo pensamento de Carl Schmitt quanto à autocompreensão política da modernidade. Assim, pode-se situar um eixo de fundamentação do projeto político cosmopolita e também o papel desempenhado por Schmitt no quadro mais amplo dos debates políticos e filosóficos do presente.