A presença de outros filósofos na atividade filosófica de Wittgenstein sempre foi muito discreta. O filósofo evitou em diversos momentos fazer menção às possíveis fontes que lhe serviram de inspiração. Ainda assim, este artigo ambiciona apurar a influência que o pensamento de Schopenhauer exerceu sobre a filosofia de Wittgenstein, de modo pontual no que diz respeito à distinção entre sujeito metafísico e sujeito empírico. Pretendemos demonstrar que, em decorrência do influxo schopenhaueriano, tanto o realismo empírico quanto o solipsismo transcendental encontram (...) abrigo no bojo tractariano, o que possibilita, em razão desse último – solipsismo transcendental –, apurar a existência de um sujeito ético no pensamento wittgensteiniano. (shrink)

Jean Calas, formalmente acusado pelo crime de parricídio, foi julgado e condenado sem provas. A ausência da materialidade do suposto ato delituoso foi suprida pela convicção dos magistrados, aliada ao clamor popular das massas que ocupavam as ruas, reivindicando por justiça. Partindo da análise desse julgamento histórico, situado nos tribunais franceses do século XVIII, o artigo pretende chamar a atenção para os riscos decorrentes da influência da opinião pública sobre o curso do processo penal. Utilizando-se de fontes bibliográficas, será demonstrado (...) que a intolerância foi o fio condutor que direcionou o rito processual, acarretando na condenação de um homem inocente. Em tempos de ativismo judicial, podemos aprender com a história, mas não é certo que o faremos. (shrink)

Em Modern Moral Philosophy, Elisabeth Anscombe aponta para uma atitude tipicamente wittgensteiniana que corresponde a uma crítica e, ao mesmo tempo, uma rejeição às formas tradicionais de pensar a ética. A consequência mais radical dessa crítica rompe de maneira original na exigência de “tornar-se um ser humano melhor”, realizando uma atividade sobre si mesmo, com a finalidade de se constituir enquanto sujeito ético. Tendo essa perspectiva como fundamento, esta pesquisa defende a existência de um itinerário – indicativo, não prescritivo – (...) que conduz para a constituição do sujeito ético na filosofia de Wittgenstein, do qual o gênio resulta como figura central. Para tornar plausível e sustentar essa afirmação, propomos uma aproximação entre o pensamento de Wittgenstein e o pensamento moral de Otto Weininger, registrado nas linhas de Sexo e Caráter. Palavras-chave : Ética. Gênio. Dever. Sujeito ético. (shrink)

Or present article salient to the theme of consciousness, as a crucial fator we are mindful, based on a historical retake, encompassing the principalities that justify and conceive this phenomenon. Initially, discussed in the "mind-brain" problem, a conscience is given to the leading role of Philosophy of Mind, alicerçada em duas great corntes: monista and dualista. Both, theoretically, from the ramifications of Cartesian thought, which divides the mind and mind into these dichotomous substances or as reduced to pure materialism, discarding (...) subjectivities. Searle, based on his Biological Naturalism, stands out as an innovative thinker, who unleashes the current theories, proposed to analyze two states as a result of epistemic objectivity together with no ontological subjectivity. (shrink)

Carla Carmona es una filósofa española. Doctora en Filosofía por la Universidad de Sevilla. Es profesora de filosofía en la Universidad de Sevilla. Especialista en estética, filosofía del lenguaje y Viena fin de siècle. Tiene una investigación internacionalmente reconocida sobre estética en el pensamiento de Ludwig Wittgenstein. Publicó numerosos artículos sobre los pensamientos de Egon Schiele y Ludwig Wittgenstein. Ha disfrutado de numerosas estancias de investigación en Austria, trabajando con expertos del contexto fin de siècle de Viena. En los últimos (...) años, se ha dedicado al estudio del pensamiento estético y político de Peter Sloterdijk. En 2014 publicó Tributação voluntária e responsabilidade cidadã. Vale la pena mencionar sus libros A ideia pictórica de Egon Schiele: Um Ensaio sobre a lógica representacional (Edições Genueve, 2012), Tightrope do eterno: Na gramática alucinado Egon Schiele (Cliff, 2013), Egon Schiele: Writings 1909-1918 (a Micro, 2014), Ludwig Wittgenstein: La consciencia del límite (Biblioteca Discover filosofia, El País, 2015). (shrink)

A PERSPECTIVA TEOLÓGICA DO ABORTO: ENTREVISTA COM DOM RICARDO HOEPERS.

Carla Carmona é filósofa espanhola. Doutora em Filosofia pela Universidade de Sevilha. É professora de Filosofia na Universidade de Sevilla. Especialista em estética, Filosofia da Linguagem, e Viena fin de siècle. Possui pesquisas de referência internacional sobre a estética no pensamento de Ludwig Wittgenstein. Publicou numerosos artigos sobre os pensamentos de Egon Schiele e Ludwig Wittgenstein. Tem desfrutado de numerosas estadias de investigação na Áustria, trabalhando com especialistas do contexto da Viena fin de siècle. Nos últimos anos, se dedicou ao (...) estudo do pensamento estético e político de Peter Sloterdijk. Em 2014 publicou Tributação voluntária e responsabilidade cidadã. Vale a pena mencionar seus livros A ideia pictórica de Egon Schiele: Um Ensaio sobre a lógica representacional, Tightrope do eterno: Na gramática alucinado Egon Schiele, Egon Schiele: Writings 1909-1918, Ludwig Wittgenstein: La consciencia del limite. (shrink)

In “Pre-Conventions. A Fragment of the Background”, Celano argues that there are ways of acting that can be called “conventions” which are, literally, normative facts. There are a number of interesting claims in Celano’s paper about the nature of these conventions, and showing that they amount to normative facts is only part of his strategy for establishing their significance. But given that the question of whether there are normative facts deserves a treatment of its own, the paper inquires whether Celano’s (...) account of normative facts is plausible. It then makes three claims. First, it claims that Celano’s account of normative facts is in need of clarification. Amongst other reasons, there is no proper characterisation of either the concept of fact or of the concept of norm. Second, the paper claims that, under a relatively acceptable way of understanding facts and norms, Celano’s argument in favour of normative facts needs to be completed. But if the argument is completed by appealing to the general philosophical outlook which Celano seems inclined to employ, the argument reaches a point where it becomes unstable. This does not, of course, mean that the project should be abandoned. An argument within the same line of thought may be available. But the prospect seems uninviting. So, thirdly, the paper proposes a sketch of an alternative, Kantian-like conception of normative facts based on an argument put forward by Christine Korsgaard. (shrink)

In the last decades, proportionality has become increasingly influential in human rights adjudication. Even in the United States, a country with its own tradition of constitutional review, proporti...

We ascribe the performance of intentional actions to groups. We claim, for instance, that the orchestra is playing a symphony, that a gang has robbed a bank, and so on. But what is a collective intentional action? Most accounts suggest that, for there to be a collective intentional action, at least two necessary conditions should be met. First, participants must act in accordance with, and because of, the intentions that the group perform a certain action. Second, there must be common (...) knowledge. These accounts, however, face two difficulties. On the one hand, they are uninformatively circular, for they employ in the analysis the very notion of group-action that they are trying to elucidate. On the other hand, they are too demanding, for there are cases of collective intentional action where neither of the conditions is met. The article proposes, by developing further an account put forward by Christopher Kutz, a model of collective intentional actions that overcomes these two problems. It also suggests why such a model is important for our understanding of the law. (shrink)

Este estudo trata de aspectos da história do ensino no meio rural de Lomba Grande/RS, entre 1940 a 1952, a partir da memória de alunos e professores de Escolas Isoladas municipais. Objetivo foi construir a partir de fontes orais aspectos das Escolas Isoladas públicas primárias municipais, nesta localidade. As memórias são analisadas na perspectiva do “tempo social”, no sentido que trata Halbwachs, pelas relações formais ou informais, por meio de mediações culturais diversas que compõem os quadros sociais de memórias. Sob (...) o referencial da História Cultural, a análise valeu-se de depoimentos orais de dez sujeitos que participaram do estudo. Neste trabalho, enfatizou-se a discussão do uso da memória oral e escrita como possibilidade investigativa para estudo de história da educação no meio rural, tendo como pressupostos as fontes como documento/monumento, como discutem Certeau e Le Goff. As memórias permitiram conhecer e compreender como as práticas e culturas escolares foram se constituindo no interior de Escola Isolada nesta localidade. A escolarização e institucionalização, em Lomba Grande foi marcada pela coexistência de iniciativas particulares e públicas, sob a influência da comunidade para ampliar escolas públicas no interior deste bairro. Palavras-chave: Metodologia de pesquisa. Escolas isoladas. História da educação. (shrink)

David Estlund and Massimo Renzo argue that, given the right background conditions, combatants are obligated to obey orders to fight in unjust wars, a thesis they put forward even as they recognize that this involves committing serious moral wrongs. Their views, then, fall between traditionalism and revisionism in the theory of just war. We argue that both Estlund and Renzo fail to adequately distinguish between binding and nonbinding serious morally wrong orders, that their views are incompatible with their assumed fact‐relative (...) understanding of morality, and that they fail to establish that combatants are obligated to obey orders to fight in unjust wars. We conclude that just as untenable as these two middle‐ground positions is the traditionalist view. (shrink)

O presente artigo trata sobre o Manifesto dos Educadores Mais Uma Vez Convocados: a concepção de público. O problema do artigo busca responder a uma questão central: qual a concepção de público presente no Manifesto dos Educadores Mais Uma Vez Convocados em 1959? O objetivo geral é analisar os problemas educacionais no Brasil, como a falta de educação pública, gratuita, obrigatória e laica, assim como a falta de verbas para a escola pública no contexto das décadas de 1950 e 1960. (...) A pesquisa é de natureza bibliográfica-documental. Utilizaremos como fontes de pesquisa, livros, capítulos de livros, dissertações, artigos em periódicos e dois importantes documentos: o Manifesto de 1932 e o Manifesto de 1959. O artigo além da introdução e das considerações finais, divide-se em três partes. Na primeira parte, estudaremos a origem do Manifesto de 1959. Já na segunda parte, descreveremos as inovações do Manifesto de 1959 em relação ao Manifesto de 1932. Na terceira e última parte, analisaremos a concepção de público presente no Manifesto dos Educadores de 1959. Palavras-chave: Concepção de público. Manifesto de 1932. Manifesto de 1959. (shrink)

Yitzhak Benbaji argues that those combatants who have agreed to blindly obey their superiors and who are ordered to fight in unjust wars are released from their duty to deliberate about the merits of the acts that they are ordered to perform. This is because their agreements result in the combatants’ permissible lack of a necessary capacity for moral responsibility. Thus, the combatants are not morally responsible for their wrongful acts—their moral responsibility is “transferred” to their superiors. We argue, first, (...) that Benbaji’s own reasoning suggests that the agreements entered into between the combatants and their superiors are not binding and, second, that even if such agreements are binding, those combatants who obey their orders to fight are nevertheless morally responsible for their wrongful acts. Thus, Benbaji has failed to show that the combatants are permitted to act as ordered. By critically examining Benbaji’s view, then, we defend the revisionist position that just and unjust combatants are morally unequal. (shrink)

Dias de Nietzsche em Turim de Bressane / Dias / Miguel Angel de Barrenechea -- A atopia potente de Antonio das Mortes: pensamento original e perspectiva histórica / Rodrigo Guéron -- Dioniso é Brasileiro? / Selda Engelman -- Theatrum Mundi: Filosofia e canção / Olgária Chaim Matos -- Uma filosofia do amor em Cartola / Rosa Dias -- Música e diferença: uma crítica à escuta "desinteressada" do cotidiano / Samuel Araújo -- As estruturas dualísticas dos cantos ritualísticos dos Índios Karajá: (...) um reflexão sob a ótica filosófica de fundamentação nietzchiana / Suely Brígido -- Choque de intensidade na ética / Luiz B.L. Orlandi -- Por um filosofia artístico-rizomática da leitura / Daniel Lins -- Nietzsche, a negatividade e a antropofagia: do Cordeiro e da Ave da Rapina ao Jabuti / Maria Cristina Franco Ferraz -- Entre o teatro e a loucura: uma experiência de "esquizocenia" / Peter Pál Pelbart --. (shrink)