Abstract
Vivemos nos desdobramentos daquilo que Manuel Castells (2005) nomeou de Sociedade em Rede, em cujo cerne estão as Tecnologias de Informação (TIs). Ele indicou as características-chave do novo cenário que diagnosticou, a saber, são tecnologias que agem sobre a própria informação e que também introduziram a lógica das redes; que promovem a convergência tecnológica e, por conseguinte, um sistema altamente integrado de aparatos técnicos; e que acentuadamente penetram pelos diferentes processos e âmbitos sociais. De lá para cá testemunhamos grandes e rápidos saltos tecnológicos bem como o adensamento das transformações na dinâmica econômico-política organizacional e institucional e na construção das vidas humanas e não-humanas no planeta. Essas mudanças alcançaram não apenas modos informais de aprendizagem, mas também a educação formal. O objetivo desse artigo é discutir aspectos atuais da plataformização educacional presentes na educação básica brasileira, tendo como referência o ensino de Filosofia no Ensino Médio. Para tanto será desenvolvida reflexão sobre a plataformização educacional, fenômeno que diz respeito ao modelo de negócios presente na atual fase do capitalismo e que utiliza as plataformas sustentadas pela IA e também a constante extração de dados de quem transita pelas infovias do ciberespaço; sobre o que nomeamos como Escola do Cansaço, em diálogo com o conceito de Sociedade do Cansaço desenvolvido por Byung Chul Han; e sobre algumas implicações decorrentes que já se fazem presentes na administração do trabalho docente, na realização do trabalho docente e nas relações de ensino-aprendizagem.