Abstract
O artigo é um ensaio teórico com o propósito de discutir as implicações do conceito de trabalho, na perspectiva do filósofo húngaro György Lukács, no campo da política educacional. Em tempos em que a educação brasileira se distancia de um projeto de emancipação do indivíduo, dadas as configurações que vem assumindo as políticas educacionais nos últimos anos, particularmente as políticas curriculares para o ensino médio, parece apropriada a análise do trabalho em sua matriz ontológica, estabelecendo uma estreita correlação entre subjetividade e objetividade. São tratados no decorrer do texto: o conceito de trabalho na ontologia lukacsiana e sua diferenciação entre trabalho abstrato – como mantenedor do Capital – e trabalho fundante – como definidor da natureza ontológica do ser social – em correlação com o campo da política educacional, em especial, com alguns princípios que regem a atual reforma do ensino médio elencados para tratar aspectos da política educacional brasileira que estão à serviço do trabalho abstrato. Palavras-chave: György Lukács. Trabalho fundante. Política educacional. Reforma do Ensino Médio brasileiro.