Abstract
Neste artigo avalio criticamente as diferentes tentativas de Mi-chael Smith e Bernard Williams de defender uma versão plausível da teo-ria da motivação humeana. Contra Smith, mantenho que a concepção disposicional dos desejos que defende não é apropriada, e que seu argu-mento fracassa porque ignora o papel que desempenham as condições da racionalidade nas explicações intencionais. Em relação a Williams, sustento que embora coloque corretamente um desafio contra qualquer perspectiva “racionalista” sobre a razão prática, seus argumentos não provam que a motivação só possa ser entendida segundo esse modelo humeano melhorado que ele defende, e que sua posição não consegue dar conta plenamente do caráter normativo da motivação. Na parte final, desenvolvo as implicações dos argumentos de Smith e de Williams para a motivação moral e coloco em questão a plausibilidade de alguns de seus supostos básicos