Abstract

This article starts, on the one hand, with a consideration of the paradoxical way in which, namely when he wanted to evoke those intellectual figures that have decidedly contributed to the revelation of the "true Pascal", i. e., of the Pascal that had known the good usage of reason, Fortunat Strowski comes to the idea of putting side by side Pierre Duhem and Leon Brunschvicg. On the other, a reference is made to the fact that Duhem only published two articles and a preface on Pascal while Brunschvicg is the author of a major work on the great figure of the XVIIth -Century. Hence, the question raised is about the consideration that shall be given to a paradoxical affirmation that seems to place on equal terms the few pages that Duhem has written on Pascal with the imposing contributions of Brunschvicg. For the author of the article, it would not be very consequent to take such affirmations as if they were unreflected ones, since it is clear that Strowski knew exactly what he was writing as we can see from the very good knowledge he had of the writings of both Blaise Pascal and Pierre Duhem. Indeed, and more than anyone else, Strowski was in a very good position to enlighten us about these two thinkers and to write about them in the terms he effectively did. The goal of the article, therefore, is to justify that assertion, which on its face is quite paradoxical, by showing in concrete terms the extent to which Pierre Duhem was truly influenced by Blaise Pascal. ––– O presente artigo começa por realçar o modo paradoxal como, uma vez que ele se dá ao trabalho de evocar aqueles autores que contribuíram para a revelação do verdadeiro Pascal, ou seja, daquele que conheceu o bom uso da razão, Fortunat Strowski não hesita em colocar o nome de Pierre Duhem lado a lado com o de Léon Brunschvicg. O facto, porém, é que Pierre Duhem não fez mais do que publicar dois artigos e um prefácio sobre Blaise Pascal, ao passo que Brunschvicg lhe dedicou uma obra que haveria de ficar famosa. O problema, portanto, consiste em saber qual o valor que se deve atribuir a uma tal afirmação desconcertante, a qual parece simplesmente equalizar as poucas páginas de Duhem sobre Pascal com as imponentes contribuições de Brunschvicg. Nesse sentido, a estratégia do autor do artigo consiste em não tomar de forma ligeira uma tal afirmação, como se Strowski não tivesse considerado bem as consequências e o alcance daquilo que escrevia, pois a verdade é que ele conhecia não só a obra de Pascal mas também a de Duhem. Ou seja, mais do que ninguém, ele estava perfeitamente à altura de nos comunicar algo de substancial acerca de cada um destes pensadores e de escrever a seu propósito aquilo que ele efectivamente escreveu. Em suma, o presente artigo não tem outra pretensão que não a de justificar essa afirmação aparentemente paradoxal segundo a qual Pierre Duhem foi um verdadeiro pascaliano.