Rio de Janeiro: Letra Capital (
2021)
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Abstract
Este livrinho é antes de tudo um desabafo. Poético existencial, sim. Mas também uma reflexão incontida, que não quer se calar. Busca, portanto, também a prosa de nosso tempo. Neste sentido, existe aí a história, a gnose religiosa, a filosofia do nosso tempo.Mais que nunca estamos cara a cara com uma nova Era, diante de um outro objetivamente possível relato na história da humanidade. Pela primeira vez necessária e plenamente universal. Isso é cada vez mais inegável e abrangente para qualquer um. Somos nós e a natureza, a natureza e nós. Mares nunca de antes navegados, até por conta de tanto plástico. Cale-se o arauto da desigualdade pós-moderna, cesse tudo o que a musa moderna entoa: um canto ainda mais alto se alevanta.José Jorge Siqueira compartilha a hipótese, se filia à hipótese pela qual se quisermos sobreviver temos de filosofar verdadeiramente. Sua especulação, neste trabalho ora apresentado, se une à maré cheia, volumosa, de toda uma corrente de pensamento existente no planeta nesses termos. Sua fala é, portanto, a de um homem negro brasileiro, forjado historicamente na negação. Não apenas só de negro, pois esta (a negação) se impôs também à circunstância ex-colonial do país. Não estamos sós, há toda uma condição estigmatizada nesses termos mundo afora; em especial, para o caso, a nos entrelaçar ao continente africano e sua diáspora. Viva a consciência de si, enquanto princípios civilizatórios do conhecimento em todos os planos, da religiosidade à filosofia, da ontologia do ser em relação consigo mesmo e à natureza, da literatura às artes todas e à universalidade da ciência! Viva a interessantíssima reflexão que se ergue no Brasil nestes termos a olhos vistos (mas tem de ter olho de ver)! Nasceu uma flor imprevista, desafiadora, mas nasceu à luz do sol.