Abstract
A Proposta de uma Cartografia dos Descostumes envolve o mapear de deslocamentos de pensamento atinentes ao itinerário ético da educação em processo de violência e conflito direto com o cis-tema, uma vez que aborda as potências _queer_ atravessadas por forças e devires, processos e movimentos, encontrados nas fendas da realidade. A palavra “diálogo” importa na união do prefixo grego “dia” que significa “através”, num sentido de ponte, travessia. O sufixo grego “logos” é etimologicamente significado como palavra ou relação. O transdialogismo reclama para si uma potência que fricciona o repertório de representações de verdades impostas e as experiências sensíveis que produzem efeitos em nosso corpo ultrapasassando os domínios e configurações do cis-tema e propõe uma nova geopolítica de gênero e sexualidade, sem identidades e padrões. A partir de tal pista, dois movimentos se mostram essenciais: 1) mapear as dissocializações e o controle dos corpos nas construções discursivas e normativas da maquinaria escolar; 2) Desedificar discursos educacionais que transitam no universo da representação (significado, significante e significação) na qual se baseia atualmente a pedagogia. Desdobra-se o acontecimento educação em processos, agenciamentos e dispositivos educacionais sem partirmos de objetivos pré-estabelecidos, mas considerando as pistas e movimentos das fendas sociais e encontrando potencias em realidades e cotidianos invisibilizados, mas, ainda assim, violentados e silenciados, partindo de um desejo do pesquisador de compreender esse _trans-corpus_ através de um olhar diverso, diferente, que redimensione o habitual. Por fim, o artigo cartográfico produziu um mapa cortado por linhas de intensidade que partiram do conceito de biopoder em direção ao de necropolítica como condicionantes da maquinaria escolar em seu entrelace junto ao cis-tema Capitalístico, mas que é afrontada pelo inabitual e pelo estranho que delineia as potências queer.