Abstract
O artigo trata da dimensão paidêutica da “lírica” grega arcaica em dois dos gêneros abarcados nessa designação: elegia e mélica. Naquele, observamos um gênero cuja ocasião de performance prevalente era o simpósio; neste, na modalidade coral, o festival cívico-cultual. Lidamos, pois, com poesia essencialmente oral, que só existe de fato quando apresentada à audiência adequada, formada pela comunidade da polis, em diálogo que pensa, celebra, revalida seus valores e tradições, agregando à essencial função estética a paideiado homem grego. Mostram-no a elegia de Teógnis e a canção para coro de virgens de Álcman, dois representativos nomes em seus respectivos gêneros.