Abstract
Nesse trabalho, pretendo poder mostrar que é um grave equívoco interpretarmos o papel das representações sensíveis na obra teórica de Kant como conteúdos não-conceituais (na acepção contemporânea técnica do termo “conteúdo” que, tais como dêiticos mentais, representariam o que aparece no espaço e no tempo de forma de re. A interpretação alternativa que me parece adequada é a seguinte: sem possuírem um conteúdo representacional próprio, a representação sensível deve ser entendida fundamentalmente como uma relação cognitiva entre o sujeito e as entidades objetivas no espaço e no tempo com as quais ele está contato epistêmico. Nos termos dessa relação, a referência imediata da intuição sensível ao seu respectivo objeto é entendida como uma forma de conhecimento por contato com tais entidades. Denomino a minha própria interpretação de relacionismo