Ética: uma enorme imprecisão

Filosofia E Educação 3 (1):p - 22 (2011)
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Abstract

O artigo parte do pressuposto de que a ética é um complexo valorativo que se refere à relação do indivíduo com a comunidade, apesar da multiplicidade de sentidos e usos atuais do conceito e termo. O autor assume a concepção marxiana de análise da história e da política. Nessa concepção ontológica e histórica se supõe que a ética se tornou imprescindível pelo mesmo movimento através do qual a filosofia se tornou necessária: o desenvolvimento das forças produtivas. O que vai determinar a evolução histórica do complexo da ética, dos Gregos até nossos dias, é o mesmo complexo social que predominou sobre nossa história: a propriedade privada. Enquanto movimento histórico universal, a tendência que se fez predominante foi a do desenvolvimento de relações humano-genéricas que se ampliaram até converter toda a humanidade em uma única história cotidiana. Afirma que somos universalmente burgueses, o que significa dizer que compartilhamos de uma mesma história ao lutarmos todos contra todos. O homem se tornou uma única humanidade se convertendo em lobo do próprio homem: a propriedade privada se tornou a nossa essência. Ela requer o mercado mundial, única possibilidade de universalidade e, enquanto mercadoria, apenas é capaz de uma relação, a da concorrência nucleada no individualismo que nos fragmenta. Enquanto o futuro da humanidade for limitado aos horizontes do capital, a ética continuará sendo uma onipresente necessidade cuja satisfação é uma impossibilidade ontológica. Debate que, se o trabalho é a categoria fundante do ser social, é liminarmente evidente que não há possibilidade de vigência da ética em uma sociabilidade fundada na produção de mais-valia, a forma contemporânea de exploração do homem pelo homem. Conclui que, frente a essa onipresente necessidade e brutal impossibilidade, tem sido comum a consciência em desespero se iludir imaginando ser capaz de superar esse antagonismo pela "exploração de novas possibilidades de novos conceitos". Inicia-se, desse modo, as elucubrações mais variadas em busca da "pedra filosofal" da questão da eticidade: como coadunar propriedade privada e uma vida cotidiana fundada na ética. Se quisermos um mundo ético há que se superar a propriedade privada. E isto, cientificamente, é a revolução comunista, aquela proposta por Marx e Engels

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