Outro, quem é ele? Considerações em torno da fenomenologia de Husserl, Heidegger e Lévinas
Griot 1 (1):56-66 (
2010)
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Abstract
A proposta do presente artigo é apresentar, de modo sucinto, o papel que a figura dooutro ocupa nas diferentes concepções filosóficas da contemporaneidade. Para tal,serão eleitas as perspectivas de Husserl, Heidegger e Lévinas, como possíveisabordagens da questão. Partindo da fenomenologia e atendo-se nos níveis daontologia, poder-se-á compreender como se erige a proposta ética como autênticapossibilidade de abordagem da relação entre os seres humanos. Tomando como basea alusão ao eu transcendental realizada na quinta meditação de MeditaçõesCartesianas, será possível perceber como a relação com o outro em Husserl seestabelece como relação entre eus. De modo distinto, partindo do parágrafo 26 de Sere Tempo, serão elencados os passos da analítica existencial em sua definição dacondição essencial do Ser-no-mundo como Ser-com-os-outros; sempre tomandocomo base os pressupostos de uma ontologia fundamental. Em Heidegger, o outro éaquele que convive comigo num mesmo mundo circundante. Por fim, seráapresentado o confronto com o pensamento levinasiano, o qual defende que somentenos níveis da ética se poderá definir a autêntica relação com o outro, finalidadeúltima de toda a existência humana; aqui, o outro é sempre outrem.