Abstract
Contra uma interpretação que reduz a filosofia normativa de Kant a um simples monologismo, a nossa leitura pretende mostrar que o projeto de Kant tem por finalidade a instituição de uma comunidade, ou seja de uma coexistência de liberdades interiores. De facto, desde a obra de 1781, as determinações dos fenómenos são unicamente possíveis através do conceito de acção recíproca. A partir deste ponto, Kant retoma o conceito de comunidade para constituir um mundo moral, ou seja uma interpersonalidade tanto no âmbito estético, através da comunicabilidade dos sentimentos, de um sentido comum, como no âmbito da ética, onde cada ser é ao mesmo tempo membro e legisador dessa comunidade.