Abstract
As teorias políticas de inspiração kantiana propõem teorias da justiça, do direito e da democracia que pretendem poder ser justificadas racionalmente, seja a partir de uma teoria do contrato social, ou do consenso das pessoas razoáveis, ou de uma deliberação argumentada. Uma das pressuposições dessas teorias é que as pessoas podem ser motivadas pelo que aparece como mais justo, melhor, mais respeitoso das pessoas. Porém, o que podemos chamar de “amor da justiça” ou mais simplesmente um “desejo de justiça” implica sentimentos ou até paixões. Do outro lado, sabemos muito bem como as paixões políticas podem ser avassaladoras, como nos casos extremos do nazismo ou dos fascismos. É por isso que talvez deveríamos avaliar melhor o papel dos sentimentos e do afetivo no jogo político.