Abstract
Na obra Educação e Emancipação, ao propor um novo imperativo categórico, “que Auschwitz não se repita”, Theodor W. Adorno incita a reflexão sobre a cumplicidade entre Auschwitz e os processos históricos que o tornaram possível, e revela as contradições contidas nas promessas da modernidade. Adorno apresenta a vinculação do esclarecimento com o princípio de dominação, expondo o quanto está entrelaçado com progresso e regressão, o que resulta na constituição patológica da sociedade e dos indivíduos que acolhem as condições para que barbáries e catástrofes continuem sendo reproduzidas, e permite que sociedades com o desenvolvimento tecnológico em níveis avançados permaneçam tuteladas em termos culturais. No presente artigo, temos como objetivo refletir sobre os processos formativos premidos por uma racionalidade instrumental, e apresentar quais as possibilidades de crítica educativa a partir da tese da dialética do esclarecimento de Theodor Adorno e Max Horkheimer. Para isso, propomos realizar uma crítica aos limites da razão e a reflexão sobre as implicações filosófico educacionais, proposta por esses autores, a fim de refletir sobre a problemática educativa. A crítica da razão realizada pelos autores críticos incide diretamente sobre o tema da formação e sobre as possíveis implicações nas relações pedagógicas atuais. O horizonte que pretendemos apontar, por fim, é que a tarefa vital que se coloca para a educação é dotar os indivíduos da capacidade crítica para enfrentar a aparência do mundo administrado, que permita a reflexão crítica sobre as condições objetivas, a consciência de que as condições que tornaram Auschwitz possível ainda permanecem. Trata-se de um estudo bibliográfico. Palavras-chave : Dialética do esclarecimento. Razão instrumental. Educação e emancipação.