Abstract
Neste artigo examinaremos algumas conexões entre a crítica de Adorno e Horkheimer à razão instrumental circunscrita ao livro Dialética do Esclarecimento e a crítica genealógica de Nietzsche à "vontade de verdade", tema explorado em vários livros . Em seguida retomaremos a leitura de Habermas em O Discurso Filosófico da Modernidade sobre a crítica radical nietzschiana à racionalidade moderna, com o objetivo de examinar dois pontos: 1) quais argumentos sustentam a tese da inconsistência e da falta de fundamento da crítica genealógica nietzschiana? 2) por que Habermas afirma que os herdeiros da crítica nietzschiana repetem essa inconsistência, incluindo a própria crítica de Adorno e Horkheimer? Pretendemos demonstrar, ao contrário de Habermas, que Adorno e Horkheimer no programa de desmitologização da razão instrumental retomam o projeto crítico nietzschiano com o objetivo construir um novo sentido positivo e desmitificado para o esclarecimento