Abstract
O presente artigo possui como tema a perspectiva do filósofo italiano Giorgio Agamben sobre a atual emergência sanitária por _Sars-Cov-2,_ a pandemia pelo novo _coronavírus._ A pesquise circunscreve a problemática levantada pelo filósofo acerca das consequências ético-políticas dos _estados de exceção_ decretados pelos governos democráticos contemporâneos em resposta crise sanitária por _covid-19_. O artigo tem por objetivo analisar e explicitar as teses defendidas Giorgio Agamben em um conjunto de textos publicados em seu blog particular – _Una Voce_ – e disponível na _homepage_ da editora italiana _Quodlibet_. Uma tradução para o português está disponível em _e-book_ no site da editora _Boitempo_, intitulada _Reflexões sobre a peste: ensaios em tempos de pandemia_. A metodologia de análise retoma as premissas e teses da filosofia política desenvolvidas por Giorgio Agamben em obras anteriores, tais como _Homo Sacer I: poder soberano e a vida nua_, _Homo_ _sacer II, 1: o estado de exceção_ e em _Signatura Rerum: sobre o método _. O resultado obtido consiste na apresentação do percurso filosófico das análises de Giorgio Agamben durante a fase inicial da pandemia. A leitura e comentário dos textos selecionados permitem concluir que, para o autor, a atual pandemia serve de oportunidade para a _normalização_ do paradigma da _exceção_ como forma de governo nas democracias contemporâneas e de ocasião para a realização plena do regime da _biopolítica._