Abstract
O presente artigo tem como objetivo analisar as implicações críticas da imunização biopolítica da vida humana a partir das reflexões de Roberto Esposito, problematizando a seguinte questão: em tempos de pandemia viral e, consequentemente, de Estados emergenciais, de que maneira o paradigma imunitário atua sobre a vida humana? A hipótese que gostaríamos de desenvolver parte do relevo de que, em crises agudas, o paradigma imunitário é tensionado ao seu limite, convergindo para a produção de Estados de emergência segundo os quais são responsáveis por introduzir políticas nefastas de produção tanto da vida quanto da morte. Para validar nossa hipótese e desenvolver o objetivo e a problemática da pesquisa, o presente texto se organiza em dois momentos: primeiramente, nosso intuito consiste em apresentar brevemente a reflexão de Esposito acerca do paradigma imunitário; em seguida, temos como fito analisar criticamente o estado de pandemia viral à luz do paradigma imunitário, buscando encontrar vestígios de como tal ferramenta conceitual nos permite desenvolver uma interpretação para o tempo presente.