Abstract
A interdisciplinaridade, tema caro para as pesquisas científicas, gerou profundas e renovadoras mudanças nas perguntas feitas aos textos, que giravam sempre em torno da autoria, fundo histórico e genealogia de tradições. Observando a história do estabelecimento das ciências da religião, desde os primeiros trabalhos de Max Müller, sabe-se que a leitura das narrativas sagradas foi fundamental. Estas são expressões de linguagem oral ou escrita do ambiente religioso. Neste texto, serão apresentadas as intuições da semiótica da cultura de I. Lótman e colocadas em diálogo com as teorias narrativas, para serem pensados pressupostos epistemológicos e metodologias, menos devedores das metodologias historicistas, a fim de servirem de instrumento para interpretação destes textos sacralizados pelas comunidades religiosas. Para este feito, serão apresentados e discutidos conceitos como texto, cultura, memória e narrativa, os quais permitirão fazer as devidas críticas às metodologias tradicionais que se cristalizaram na prática interpretativa, especialmente na exegese filha da Modernidade, como, também, propor novas perguntas e caminhos na compressão dos textos das religiões.