Abstract
A partir da perspectiva intelectualista grega, na qual o dualismo entre corpo e alma requer o primado do discurso racional [lógos] em detrimento do páthos filosófico, busca-se com este artigo associar a noção de "desmedida" [hybris] com a noção de melancolia. Essa associação ganha ainda mais relevo, quando a aproximamos da interpretação de Simone Weil para o poema épico de Homero, a Ilíada. Se essa aproximação se justifica, então é patente a aproximação entre o caráter trágico que o destino adquire, na perspectiva clássica, e a noção de contingência enquanto fundamento do absurdo existencial, no pensamento existencialista. We seek to associate the notion of "excess" [hubris] with the notion of melancholy from the intellectualist Greek perspective, in which the dualism between body and soul requires the rule of rational discourse [logos] at the expense of philosophical pathos. This association becomes more relevant when understood in light of Simone Weil's interpretation of Homer's epic poem, the Iliad. If this approach is justified, then a rapprochement becomes evident between the tragic character takes on destiny in the classical view, and the notion of contingency as the basis of existential absurdity in existentialist thought