Abstract
O presente ensaio apresenta como ponto de partida o conto "Cadeira", do escritor português José Saramago, para ilustrar a contínua atualidade do estudo "Amizade, recusa do servir" da professora e filósofa Marilena Chaui, publicado em 1982 pela editora Brasiliense como posfácio da obra "Discurso da servidão voluntária", de Étienne de La Boétie. Nossa intenção é partir da alegoria saramaguiana da queda da ditadura salazarista em Portugal para mostrar como o pensamento de La Boétie, especialmente quando analisado por Chaui, trespassa incólume séculos inteiros chegando até a contemporaneidade europeia e brasileira e que possíveis caminhos alternativos a este sistema podem se apresentar.