Abstract
A mística é um fenômeno presente em quase todas as grandes religiõesdo mundo. No cristianismo, esta manifestação pode ser notada já nos textosSagrados do Novo Testamento: desde os relatos que envolveram os eventos da vidade Jesus às visões escatológicas de João no livro do Apocalipse. Posteriormente,podemos en contrar registros de misticidade no grande movimento dos Pais da Igrejaconhecido como Patrística, se estendendo por toda Idade Média, até alcançar osdias de hoje. Todavia, alguns pesquisadores da antiguidade tardia, procuraramenquadrar o grande nome da Patrística, Santo Agostinho, como o pai da místicacatólica. Outrossim, Agostinho é sumamente conhecido como um grande teólogo,filósofo ou mesmo como um gênio intelectual platônico cristão investigador daVerdade; sendo, porém, bastante diminuto, o número de pesquisadores que sepropõe a verificar se, de fato, há ou não razões, para que ele seja contado entre osgrandes místicos da Igreja. O presente ensaio traz à tona esta polêmica discussão,com o intuito de elucidar o problema que ora se levanta: podemo s considerar SantoAgostinho um místico ou apenas um grande nome da filosofia/teologia cristã? Istoposto, para responder a referida questão problema, nos propomos investigar osprincipais acontecimentos da vida de Agostinho, bem como, os principais textos desua obra, a fim de comprovar algum resquício de misticidade, seja em sua vida oumesmo em suas investigações acerca da Verdade.