A Natureza Do Conhecimento Matemático Sob A Perspectiva De Wittgenstein: Algumas Implicações Educacionais
Abstract
Nosso propósito é o de apontar alguns equívocos que uma concepção referencial da linguagem matemática acarreta em seu ensino escolar. As atuais abordagens construtivistas classificadas de modo geral em perspectivas experimental, cognitivista e antropológica, procuram os significados dos objetos matemáticos predominantemente ora no empírico, ora na mente do aluno, ora na interação social, ou seja, em alguma realidade extra-lingüística. Nesse sentido, recorremos à terapia filosófica de Ludwig Wittgenstein para esclarecer as confusões a que somos levados ao acreditar que as proposições matemáticas possam descrever a realidade empírica, ou mesmo entidades abstratas; que reflitam o funcionamento transcendente da mente ou que sejam produto de uma intersubjetividade consensual. Segundo o filósofo, seu estatuto apriorístico deve-se ao fato de serem normativas, condições de sentido para as proposições empíricas. Sob essa outra perspectiva, cai por terra a orientação geral construtivista para que o aluno “descubra” os conhecimentos matemáticos no mesmo sentido que nas ciências empíricas, ou seja, ao pressuporem uma realidade matemática pré-existente a ser descoberta, ora no empírico , ora no mental, ora em nossa natureza social