Abstract
A estereotipação atrelada aos moradores das favelas brasileiras e dos guetos sul-africanos está relacionada ao processo de segregação sociocultural e étnico perpetrado pelo colonialismo, que incorreu em uma organização particular desses espaços. Essa organização aconteceu na parte estrutural, caracterizando tipos de construções sintomáticas dos efeitos da ação discriminatória existente nas sociedades modernas. Essa arquitetura da exclusão configura-se um incômodo para muitos moradores das cidades formais que a veem como mácula em seu projeto urbanístico desenvolvimentista; ainda que se apresente como reduto de empoderamento para seus moradores. Este trabalho pretendeu mostrar, por meio de uma abordagem pautada na revisão bibliográfica, como se constituem as estruturas físicas das favelas brasileiras e dos guetos sul-africanos, caracterizando a arquitetura da exclusão. Buscou também evidenciar como tais habitações caracterizam-se como manifestações da identidade de seus moradores à constante tentativa de apagamento e minimização de sua presença e participação social.