Abstract

Em suas últimas reflexões sobre a mente, Quine diz que o homem é um ‘animal bifurcado.’ De acordo com esta concepção, tanto o discurso fisicalista quanto o discurso mentalista são inevitáveis para nós, seres humanos. Essa doutrina sobre o caráter bifurcado da linguagem e da mente humanas é apresentada ao mesmo tempo em que Quine endossa tanto o monismo anômalo de Davidson quanto a teoria dos sistemas intencionais de Dennett. Quine abandona sua perspectiva behaviorista, que ele tinha adotado no período de Word and Object. Neste artigo, o autor examina essas doutrinas e argumenta que a concepção de Quine sobre nosso caráter bifurcado deve ser interpretada em conformidade com sua doutrina sobre as raízes biológicas da linguagem humana, que ele apresentou em obras anteriores. O autor procura também mostrar que a teoria de Quine não é inteiramente compatível nem com a doutri­na de Davidson, nem com a de Dennett.In his more recent reflections on mind Quine argues that man is a ‘forked animal.’ According to this view both physicalist and mentalist talks are inescapable for us human beings. This doctrine about the forked character of human language and mind is presented at the same time Quine acquiesces in both Davidson’s anomalous monism and Dennett’s theory of intentional systems. Quine gives up the behavioristic stance he adopted in his Word and Object period. In this article the author intends to examine these doctrines and argues that Quine’s view on our forked character is to be construed along with his doctrine about the biological roots of human language he presented in previous works. In addition to this, I will try to show that Quine’s theory is not fully compatible either with Davidson’s or with Dennett’s doctrines