Abstract
A educação e a escola ainda são espaços e instrumentos complexos nas sociedades. Isso pelo fato das referidas serem propagadas com certos ideais de inclusão e integração social, porém, contraditoriamente atuam como mecanismo de segregação e exclusão. Ou seja, tais instrumentos e ideais em questão possuem “duas faces na mesma moeda”. E o que dizer de ideais de escola sem partido? Ora, sabemos que nenhuma instituição é apolítica, neutra, desinteressada, isenta, imparcial e que não tome posicionamento para um lado, grupo, classe e ideal. Sendo isso um fato real e social, logo, todos os indivíduos que estão ligados a tais instituições, direta ou indiretamente, também não são neutros, não são desinteressados e imparciais. Isso não ocorre apenas com os sujeitos e as instituições, mas também com as ciências em si, seus objetivos e produções. Logo, num idealismo ideologizado se concebe as instituições, educação e ciências como neutras, imparciais e desinteressadas politicamente. Entretanto, na realidade do cenário social e em seus embates e conflitos, repleto de contradições e antagonismos, o que vemos é todos estes citados assumirem posições em favor de determinado grupo, ideal e classe. Sendo assim, será com reflexões nas teorias de Bourdieu que propomos analisar tais espaços como campos de disputas e reprodução social, incluindo a própria ciência sociológica como ferramenta de prevenção, intervenção e conservadora da reprodução social, também sendo campo de disputas.