Abstract
Os casos de fraqueza da vontade (incontinência) são tidos como paradoxais. Há, pelo menos, uma tensão entre tais casos e a lei psicológica que relaciona avaliações e volições: se julgamos que fazer x é melhor do que fazer y, então queremos fazer x; porém, por vezes, julgamos que fazer x é melhor do que fazer y e, ainda assim, queremos fazer y em vez de x. Como noutras propostas, defendo que a incompatibilidade é aparente. Porém, não rejeito que haja verdadeiros casos de fraqueza da vontade. Proponho que, em tais casos, há uma cisão entre a força psicológica e o conteúdo axiológico das avaliações: o que o agente representa como mais valioso não é o que se encontra mais representado como valioso no agente e, portanto, aquilo que tem eficácia causal. Proponho, ainda, que o sistema volitivo desenvolveu um mecanismo de correção de tais anomalias, pelo qual o agente tem a capacidade de determinar volições de acordo com a avaliação do melhor.