Abstract
Este trabalho parte da discussão sobre as diferentes traduções do termo alemão Trieb para evidenciar as relações entre o conceito de pulsão, originário da psicanálise, e o conceito de instinto, da psiquiatria. Para isso, aborda momentos da construção teórica do conceito de pulsão de Freud no primeiro dualismo pulsional e o trabalho de Foucault, quando tratou do instinto, destacando nessas construções o atributo de força e a teoria do apoio na psicanálise. A noção de força estava presente como integrante da constituição desses dois conceitos em questão. Já a teoria do apoio evidencia a ligação da pulsão, desde sua origem, às funções corporais. Como o instinto, a pulsão tem uma relação importante com o corpo biológico, embora não se restrinja ao mesmo. Por fim, esta discussão teórica nos remete a pensar na posição da psicanálise na atualidade, particularmente em sua relação com a biologia e as neurociências.