Episteme 11 (24):245-267 (
2006)
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Abstract
Segundo Daniel Dennett insistiu em diferentes trabalhos, o programa adaptacionista darwiniano constitui uma legítima e insubstituível translação da perspectiva intencional ao domínio da biologia. Mas, para que essa tese possa ser formulada com toda clareza, e não fique no plano da simples metáfora – coisa que não é o objetivo de Dennett – é necessário esclarecer qual seria o sistema intencional cujo comportamento estudamos conforme essa perspectiva. Assim, e contra a alternativa escolhida pelo próprio Dennett, e retomando uma proposta do Karl Popper, sustentaremos que esse sistema não é a natureza como um tudo, mas sim o sistema constituído por uma população ou uma linhagem de organismos: eles são os agentes dos processos adaptativos. Não é nossa meta, entretanto, contradizer as teses centrais da Dennett; mas sim as reforçar.How do species think? Daniel Dennett has insisted in different occasions that Darwin’s Adaptationist Program constitutes a legitimate and hardly displaceable translation of the intentional point of view in the Biology field. However, in order for us to be able to state this thesis clearly and to avoid getting into the domain of mere metaphor – which is not Dennett’s purpose -, we have to single out what intentional system the behaviour of which we study on such a perspective. That being noted, we shall argue, contrary to the alternative that Dennett himself picked out, and close to Karl Popper’s suggestion, that such a system is not nature as a whole, but the system made up by a population or a class of organisms: those are the agents of the adaptative processes. We do not, however, aim at contradicting Dennett’s overall strategy; rather, we aim at reinforcing it