Abstract
Programas de computador vêm sendo usados para a geração de textos jornalísticos, publicados diariamente na imprensa de língua inglesa. Existem milhares de livros vendidos na livraria da Amazon que não foram escritos por pessoas, mas por algoritmos sofisticados que compilam textos sobre temas específicos a partir de dados disponíveis online. Recentemente, pelo menos dois grupos de pesquisadores, trabalhando de modo independente um do outro, publicaram suas pesquisas sobre o uso de algoritmos capazes de gerar hipóteses científicas para serem testadas empiricamente. Em 2014, a editora Springer constatou que mais de 120 textos, gerados por algoritmos, haviam sido publicados em algumas de suas revistas. Não deve transcorrer muito tempo, portanto, até que o uso de algoritmos para a geração de textos acadêmicos comece a se difundir nas universidades. O objetivo deste artigo é discutir algumas das implicações do uso de inteligência artificial para a produção de textos acadêmicos, especialmente textos de filosofia. Noções como “autoria” e “originalidade” terão de ser redefinidas no futuro.