Abstract
A violência percebida – e vivida – por estudantes manifestase de múltiplas maneiras, no ambiente escolar, entretanto um dos tipos de violência que provoca grande dano físico e psíquico ao estudante é a agressão conhecida como bullying. Esse pode ser compreendido como práticas de atos violentos, intencionais e repetitivos de uma pessoa contra outra. Como decorrências, a vítima pode sofrer desde sintomas de ansiedade, depressão, baixo desempenho escolar, comportamentos antissociais e stress, até autoflagelação e suicídio. Partindo desse contexto, o presente artigo objetivou discutir, criticamente, o papel da família e da escola como espaços que podem erigir e potencializar o fenômeno bullying, bem como sugerir possibilidades de ação na perspectiva da cultura de paz no ambiente escolar. Como caminho metodológico, foi entrevistado um estudante que, por longos anos, foi vítima de bullying. As entrevistas ocorreram na perspectiva da História Oral, a qual impele um olhar sociocultural ao fenômeno narrado, compreendendo que nenhuma história é apenas individual, mas está inscrita num cenário social e culturalmente construído. O suporte teórico está apoiado nos estudos de Pierre Bourdieu, Cleo Fante, Miriam Abramovay, entre outros autores, que auxiliam a refletir sobre as relações socioculturais na interface com a violência escolar. O texto foi finalizado com uma análise crítica a respeito do papel da escola no combate e na prevenção do bullying, bem como indicando possibilidades de ação para lidar com o problema, tendo como base a comunicação não violenta, a disciplina positiva, dentre outros caminhos que se inserem na perspectiva da cultura de paz. Palavras-chave: Bullying. Escola. Narrativas.