Abstract
O artigo trata da hipótese de que nos escritos de Friedrich Feuerbach sobre a a religião do futuro e sobre a igreja do futuro, possamos encontrar elementos de reflexão úteis para a articulação do tema, hoje tão discutido, de uma religião sem deus. De um lado, esse exercício sublinha a perspectiva humanista da filosofia em questão e, por outro, destaca a necessidade da criação de uma nova forma de laço capaz de difundir uma fé que una os homens com um vínculo mais forte que o vínculo do cristianismo, isto é, que promova e sustente a aspiração, que nos nossos dias se manifesta de modos diversos, a integrar as insuficiências das forças individuais com um espírito comum. Trata-se sempre do amor do próximo fundado sobre a nossa “natureza comum”, particularmente sobre a recíproca necessidade que experimentamos uns dos outros e que nos leva a considerar-nos “irmãos e irmãs no homem”.