Abstract
O presente artigo aborda, em leitura comparada, alguns aspectos centrais da filosofia da religião de Ludwig Feuerbach e de Georg Simmel. Para além das diferentes orientações filosóficas, aproxima-os uma perspectiva genética que reconduz as religiões historicamente instituídas à sua fonte na subjetividade. Na origem da religião estão a fé viva e a religiosidade, expressões da experiência vivida que incluem dimensões não intelectuais, como o sentimento e a emoção. Ao aceder a zonas não conceptualizáveis do ser humano, a filosofia da religião trava estreitas articulações com a antropologia, explicitamente defendidas por Feuerbach e subjacentes em immel. Nos três primeiros pontos, o artigo analisa os desenvolvimentos do método regressivo que conduz da religião até o núcleo da religiosidade. Nos pontos finais, acentua a divergências entre as duas visões de mundo, sendo que Simmel defende a assunção de um núcleo metafísico na alma humana, e Feuerbach aponta à transformação dos impulsos religiosos em realização intersubjetiva e comunitária da humanidade. Palavras-chave: Ludwig Feuerbach. Georg Simmel. Religião. Sentimento. Antropologia.