Abstract
RESUMO: O objetivo deste artigo é indagar de que maneira a filosofia pode ser compreendida como um ato de resistência. Deleuze introduz essa tese, ao aproximar a filosofia da arte, porquanto ambas são atos de criação. Nesse sentido, o método filosófico de Bergson - a intuição - já indica um tipo de atividade filosófica que se caracteriza, antes de tudo, pela criação de conceitos. Ora, como é que um conceito filosófico pode constituir um ato de resistência? Para responder a essa questão, retomamos uma análise sobre a relação entre o método de intuição e a criação artística, seguida da interpretação deleuziana acerca do que significa ter uma ideia. Contudo, a passagem da ideia ao ato de resistência exige uma transposição do plano teórico para o plano concreto. Com esse intuito, focalizamos um exemplo sugerido pela filosofia de Bergson: a ideia de um possível retorno à vida simples. Isso nos permitirá avaliar até que ponto uma ideia filosófica pode ser confrontada com a realidade no mundo atual e, nesse sentido, entendida como um ato de resistência. ABSTRACT: The aim of this article is to ask how philosophy can be understood as an act of resistance. Deleuze introduces this thesis approaching philosophy to art, because both of them are acts of creation. In this sense, the philosophical method of Bergson - intuition - already indicates a kind of philosophical activity which is characterized above all by the creation of concepts. So how could a philosophical concept be an act of resistance? To answer this question, we return to an analysis of the relationship between intuition method and artistic creation, forward by Deleuze’s interpretation of what it means to have an idea. However, the passage from idea to the act of resistance requires a transposition of the theoretical field to the concrete field. With this purpose, we focus on an example suggested by the philosophy of Bergson: the idea of a possible return to the simple life. This will allow us to evaluate the extent to which an idea can be confronted with the reality in today’s world and, accordingly, be understood as an act of resistance.